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Sindicato pressiona Metalvic a respeito de acidente de trabalho

“Dizer que o trabalhador foi responsável pelo próprio acidente é, no mínimo, leviano”, afirma diretor do Sindicato dos Metalúrgicos; protesto aconteceu após jovem ter 75% do corpo afetado com queimaduras de 2º grau

Caroline Queiróz Tomaz/Imprensa SMetal

Assembleia durou cerca de 2h e debateu pontos importantes sobre saúde e segurança | Foto: Caroline Queiróz Tomaz

Na manhã desta quarta-feira, 07, os diretores do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal) realizaram uma assembleia em frente ao Grupo Metalvic para cobrar a respeito de acidente grave, que aconteceu na última semana de maio, envolvendo um metalúrgico de 23 anos.

W.S, que atuava na empresa Vicfer, estava trabalhando normalmente na tarde de 25 de maio quando sofreu um acidente motivado pelo transporte de substância química inflamável (álcool). Segundo informações da Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT), o ajudante de produção teve ao menos 75% do seu corpo afetado por queimaduras de 2º grau.

A assembleia do Sindicato dos Metalúrgicos aconteceu por duas razões principais. Primeiramente, o grupo levou quase uma semana para enviar a CAT após o acontecimento e o fez, somente, porque a entidade cobrou o documento. É importante ressaltar que a abertura da CAT é de responsabilidade da empresa e deve ser feita com celeridade. O INSS prevê que o emitente deve entregar uma cópia para ao acidentado, uma ao sindicato da categoria e reter uma para si.

O conteúdo deste documento também despertou indignação nos diretores. Segundo Antônio Welber Filho (Bizu), diretor sindical e coordenador da região de Araçariguama, a empresa tentou atribuir culpa ao trabalhador.

“Ninguém vem trabalhar e pede para se acidentar. Viemos até a Vicfer para deixar claro que cabe a empresa zelar pela vida dos funcionários”,  comentou Bizu durante a assembleia.

O diretor sindical aproveitou para recordar sobre o impacto que pautas como a terceirização irrestrita, por exemplo, trazem na relação entre trabalhador e empregador. Na concepção do metalúrgico, medidas como essas garantem brecha na legislação e permitem, inclusive, que as empresas se furtem de arcar com responsabilidades de empregadoras.

Sindicato espera que a empresa se retrate quanto a culpabilização do trabalhador pelo acidente | Foto: Caroline Queiróz Tomaz

Wagner Bueno, que é diretor sindical e negociador responsável pelas tratativas com a Metalvic, comunicou que o SMetal também cobrou uma investigação minuciosa no Grupo Metalvic, mencionando outras instituições que podem auxiliar no processo como o Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest).

Além de Bizu e Sorveteiro, outros diretores também participaram do ato e fizeram falas, entre eles: Valdeci Henrique da Silva (Verdinho), vice-presidente; Tiago Almeida do Nascimento, secretário de administração e finanças; Izídio de Brito, secretário de organização; Francisco Germaine, membro do Comitê Sindical de Empresa (CSE), Alessandro Marcelo Nunes (Marcelinho) e a equipe de estrutura/apoio do Sindicato.

Diretores se mobilizaram e também estiveram presentes no ato que aconteceu na manhã desta quarta-feira | Foto: Caroline Queiróz Tomaz

Quadro de saúde é grave

A diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos prestou apoio e suporte para a família do metalúrgico desde o início. De acordo com informações da mãe e da esposa, o estado de W.S é grave. Ele está entubado e em coma induzido para que os ferimentos não sejam sentidos com intensidade. Também foi necessário realizar uma traqueostomia, que correu bem.

“Nada que está dentro da empresa é do trabalhador, desde o uniforme que ele usa até o maquinário. O mínimo que a família espera é que ele volte vivo para a casa e não com um dedo lacerado, um corte contuso ou 80% do seu corpo queimado”, criticou o diretor Tiago Almeida do Nascimento em sua fala.

Durante o encontro, os representantes da entidade ressaltaram, ainda, que a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e Assédio (CIPA) deve atuar como uma aliada dos trabalhadores, fiscalizando o interior das fábricas e pensando em formas de prevenir e proteger os companheiros.

Para informações, denúncias de assédio e irregularidades ou sugestões de melhorias no local de trabalho, procure imediatamente o CSE da empresa, entre em contato no SMetal pelo WhatsApp (15) 99714-9534 ou envie uma mensagem anônima pelo Portal SMetal, no campo “Denuncie”. Mais informações sobre esse caso serão atualizadas no Portal SMetal e nas redes sociais do Sindicato.

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