Na manhã de sábado, 18, os metalúrgicos dos 13 sindicatos filiados à Federação Estadual dos Metalúrgicos (FEM/CUT-SP) participaram da Plenária Estadual da Campanha Salarial de 2024, realizada no Clube de Campo dos Metalúrgicos de Matão.
O Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal) esteve representado pelo diretor executivo, Antônio Welber Filho (Bizu), além dos dirigentes Priscila dos Passos e Wagner Bueno.
De acordo com o secretário-geral da FEM/CUT-SP, Max Pinho, a ideia da plenária foi convalidar as pautas de reivindicações da Campanha, que foram aprovadas em assembleias realizadas nas bases, com ênfase da pauta da redução da jornada de trabalho sem redução nos salários (leia abaixo).
Neste ano, os metalúrgicos escolheram como tema o slogan “Unidade e luta: vamos conquistar a nossa parte!”. Já os eixos definidos para a Campanha Salarial deste ano são: valorização das Convenções Coletivas de Trabalho (CCTs), reposição da inflação, aumento real, valorização dos pisos salariais, redução de jornada sem redução de salário e redução dos juros.
Erick Silva, presidente da Federação, comentou sobre alguns dos próximos passos da entidade com relação à Campanha. No dia 6 de junho, será realizado um ato de lançamento oficial da Campanha Salarial de 2024, em Pindamonhangaba.
De acordo com ele, a FEM/CUT-SP também planeja acoplar a essa ação outras categorias trabalhistas, para falar sobre o reajuste salarial a nível amplo, focado no ramo da indústria como um todo. “Precisamos fazer nossa Campanha deste ano propondo coisas novas para os trabalhadores. Pensando em lutas grandes como o macrossetor da indústria, por exemplo”, afirmou.
Redução de jornada, sem redução nos salários
O deputado federal, Vicentinho (PT), fez uma participação no evento. O metalúrgico, que hoje ocupa uma vaga no plenário do Congresso, tem a redução de jornada de trabalho como uma de suas principais pautas desde 2009.
Vicentinho foi o relator da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 231/1995, que propõe a redução da jornada semanal de trabalho de 44 para 40 horas, sem redução de salário. A proposta também inclui o aumento do valor da hora extra para 75% a mais do que a hora normal. Esta PEC é uma das principais iniciativas legislativas em tramitação, até os dias de hoje, sobre o tema.
Em sua fala durante a plenária da FEM, Vicentinho fez uma retomada histórica e lembrou que a luta pela redução da jornada de trabalho é antiga. “Nosso 1º de maio é a maior razão da luta pela jornada de trabalho. Nos EUA, os companheiros trabalhavam 60 horas semanais e lutavam, à época, pela redução para 48 horas semanais. No Brasil, também tivemos um processo de lutas pela redução com greves em 1917 e depois com a construção da CLT”, explicou.
Nos dias atuais, ele acredita que a redução de jornada é ainda mais difícil de ser conquistada do que os reajustes salariais, por exemplo, e que será preciso muita perseverança na luta para que os trabalhadores avancem nesse sentido.
Em entrevista para a Imprensa do SMetal, ele reforçou que, no dia 21 de maio, ocorrerá um ato simbólico, em Brasília, para o lançamento de uma frente parlamentar que terá como finalidade tratar sobre o tema.
OIT
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) defende, desde 1935, que a jornada de 40h semanais deve ser a referência para a classe trabalhadora. Neste bojo, vale ressaltar que inúmeros países ao redor do mundo já adotaram esse modelo, como, por exemplo, a China, França, Alemanha, Espanha, Japão e outros.