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Peça de duas toneladas se parte e por pouco não provoca tragédia

Pedaços da engrenagem, de aproximadamente 500 quilos, transpassaram paredes, telhados e colunas de ferro

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Um dos pedaços da engrenagem que ultapassou paredes e caiu no pátio da empresa na manhã de quarta-feira (8); por sorte ninguém se feriu

Um dos pedaços da engrenagem que ultapassou paredes e caiu no pátio da empresa na manhã de quarta-feira (8); por sorte ninguém se feriu

Uma engrenagem de ferro fundido com dois metros de diâmetro e pesando mais de duas toneladas, rodando em alta velocidade, se partiu em quatro pedaços e por pouco não causou uma tragédia na metalúrgica Jimenez, fundição instalada no bairro de Aparecidinha, em Sorocaba. O incidente ocorreu na manhã da última quarta-feira (8).

Os pedaços de engrenagem, segundo relato de trabalhadores, transpassaram paredes, telhados e colunas de ferro. “Olha, não sei como não aconteceu uma tragédia. Teve pedaço do volante [engrenagem] que voou uns 200 metros e cravou no piso de concreto usinado quando caiu”, conta Cláudio Ferreira Lopes, o Jiló, Integrante do CSE (Comitê Sindical de Empresa) na Jimenez.

Jiló conta que a máquina de desbaste de lingote de ferro, onde ocorreu a avaria, foi ligada para aquecimento às 6h50. Pouco depois, diz ele, ocorreu a explosão do volante [engrenagem principal] da máquina. Jiló não sabe precisar o RPM ( rotação por minuto] do eixo que sustentava o volante. “Mas ele [eixo] vira numa velocidade tremenda”, descreve.

Por pouco
Um dos pedaços da engrenagem, de aproximadamente meia tonelada, por pouco não matou quatro funcionários que se preparavam para entrar parar o trabalho. “A peça subiu e, se não tivesse desviado numa coluna de ferro poderia ter acertado os trabalhadores”, diz Jiló.

A fábrica emprega atualmente 90 funcionários.

Histórico
Em 2 de junho deste ano o operador de máquinas Filomeno da Silva, de 56 anos, perdeu parte do polegar da mão esquerda na Jimenez. Pouco depois outro trabalhador também se machucou na mesma máquina que soltou o volante nesta quarta.

O caso mais grave, porém, aconteceu em junho de 2006, quando o metalúrgico Antônio Carlos de Lima, 52 anos, que trabalhava como laminador na empresa havia 12 anos, morreu instantaneamente dentro da empresa.

Antônio escorregou no piso da fábrica, se desequilibrou e foi puxado para dentro da mesma máquina teve a engrenagem partida na manhã desta quarta.

Vistoria
Dirigente do Sindicato e representantes da GRTE (Gerência Regional do Trabalho e Emprego) estiveram na Jimenez ainda na manhã de quarta, logo após o incidente. O Sindicato espera que o GRTE faça uma inspeção geral nas condições de segurança da empresa e exija que a fábrica adote medidas que assegurem a integridade física dos trabalhadores.

“Os donos da Jimenez precisam ter mais responsabilidades e as autoridades ser mais enérgicas com as punições contra a empresa”, diz Valdeci Henrique da Silva, o Verdinho, secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos.

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