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Campanha salarial

Patrões se dividem em mais grupos para desunir metalúrgicos

Diante da crise econômica e política dos últimos anos, os patrões querem aprofundar a divisão da categoria para negociação, ou seja, criar subgrupos dentro dos grupos patronais da Fiesp

Imprensa SMetal
Arte: Cássio Freire
Muitas empresas insistem em não negociar com nenhum grupo ou subgrupo, forçando negociações individuais, que intensificam injustiças nos direitos dos trabalhadores por setor, por região e por fábrica.

Muitas empresas insistem em não negociar com nenhum grupo ou subgrupo, forçando negociações individuais, que intensificam injustiças nos direitos dos trabalhadores por setor, por região e por fábrica.

Já faz mais de 15 anos que os patrões metalúrgicos começaram a se dividir em grupos na Fiesp Federação das Indústrias), fragmentando as negociações e as convenções coletivas da categoria nos períodos de campanha salarial.

Mesmo assim, durante vários anos, a unidade da categoria metalúrgica em todo o estado conseguiu avanços nas convenções coletivas, superando a estratégia patronal de dividir as negociações.

Diante da crise econômica e política dos últimos anos, porém, os patrões aprofundaram a divisão da categoria, alegando necessidades específicas por segmento metalúrgico, por situação financeira, por fábrica, por período do ano, etc. Eles alegam até diferenças de estratégia de negociação com outros membros do mesmo grupo patronal.

O resultado dessas reclamações foi a criação de subgrupos dentro dos grupos patronais na Fiesp. Não bastasse isso, muitas empresas insistem em não negociar com nenhum grupo ou subgrupo, forçando negociações individuais, que intensificam injustiças nos direitos dos trabalhadores por setor, por região e por fábrica.

Histórico das divisões

De 1997 a 2004 havia negociações e convenções coletivas com cinco grupos metalúrgicos: montadoras, fundições, G3, G9 e G10.

De 2004 a 2012 eram seis grupos: montadoras, fundições, G3, G8, G10 e G2 (dissidente do G9, que passou a se chamar G8).

A partir de 2013 as montadoras passaram a negociar individualmente, o que significa mais cinco acordos coletivos diferenciados na categoria.

Novos grupos

Desde 2014, os rachas nos grupos patronais começaram a se aprofundar; e as empresas aproveitaram a crise institucional da Fiesp e da política brasileira para promover mais acordos em separado e criar novos subgrupos.

Em 2015, G3, G8 e G10 racharam e muitos sindicatos patronais que integram esse grupo assinaram acordos em separado.

Este ano, o G8 já começou a campanha salarial dividido em três subgrupos (confira os grupos abaixo).

SMetal e FEM/CUT

Para a direção do SMetal e também da Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT (FEM), a única maneira dos trabalhadores contornarem essas divisões e conquistarem boas Convenções Coletivas é mantendo a unidade da categoria metalúrgica. “Cada trabalhador deve resgatar o orgulho de ser metalúrgico e promover a união da categoria”, afirma o presidente do SMetal, Leandro Soares.

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