No mês do Outubro Rosa, que serve para chamar atenção para o câncer de mama, o Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal) preparou um conteúdo especial sobre o tema. Uma reportagem conta a história de Neide Alexandra Lopes, trabalhadora metalúrgica que venceu a doença.
Para ilustrar a matéria, uma foto de um seio coberto pela mão de uma modelo (ao lado) foi usada no storie no Instagram, mas a rede social excluiu a postagem alegando que a imagem “viola as diretrizes da comunidade sobre nudez ou atividade sexual”.
O caso gerou indignação na diretoria do SMetal, que resolveu protestar contra a censura e o machismo da rede social. A partir de uma sugestão das diretoras da entidade, os dirigentes sindicais posaram sem camisa em alusão ao autoexame da mama (veja as fotos abaixo) para mostrar que fotos de homens na mesma situação da postagem excluída são aceitas pelo Instagram.
A secretária de Juventude da CUT/SP e dirigente do SMetal, Priscila dos Passos Silva, explica a iniciativa. “É um absurdo que, em pleno 2020, a gente sofra uma censura dessas para falar de um assunto tão importante que é o câncer de mama. Por isso, pedimos aos companheiros do sindicato que fizessem as fotos para chamar atenção para o assunto. A luta pelos direitos das mulheres é também uma obrigação dos homens”.
Nazaré Inocência da Silva, também diretora do SMetal, concorda que a luta é todos. “É importante que a gente tenha os companheiros engajados nessa campanha para fazer com que o alcance do tema seja ainda maior. O câncer de mama é um tema sério que não pode ser censurado de nenhuma forma”.
Para dirigente sindical Lindalva Linhares da Silva Martins, “a adesão da diretoria na campanha contra censura, o machismo e também para chamar atenção para o câncer de mama mostra um sindicato preocupado com as causas das mulheres. Precisamos estar unidos para vencer esses desafios”.
O presidente da entidade, Leandro Soares, enfatiza que a exclusão da postagem é absurda. “Estamos falando de uma campanha de saúde, de uma doença que atinge mais de 60 mil pessoas no Brasil todos os anos. É um simples alerta para conscientização e o Instagram considera isso nudez ou atividade sexual, não dá para aceitar”.
Ele lembra que a entidade representa quase sete mil trabalhadoras metalúrgicas. “Dos trabalhadores da base do SMetal, 19,6% são mulheres e é nosso compromisso apoiar as companheiras para além do chão de fábrica. O gesto é simbólico, mas esperamos que possa chamar atenção para o machismo e a censura nas redes sociais e também para importância do autoexame das mamas”, finaliza.