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Metalúrgicos lutam contra o golpe e trabalho precarizado

Seminário na CNM, em São Bernardo, teve participação de entidades sindicais de quatro países

ABCD Maior
Edu Guimarães/SMABC

Encerrado nesta quarta-feira, seminário contou com participação de sindicalistas de Alemanha, México e Argentina

A precarização das relações trabalhistas, perdas de direitos, ameaça à democracia e risco aos movimentos sindicais dentro e fora do chão de fábrica são as principais preocupações e motivo de luta dos metalúrgicos no Brasil, Argentina, México e Alemanha. Os representantes sindicais dos quatro países encerraram nesta quarta-feira (13/04), o seminário realizado na CNM (Confederação Nacional dos Metalúrgicos), em São Bernardo, com encaminhamentos de solidariedade aos trabalhadores dos quatro países e às ações contra a tentativa de golpe no Congresso brasileiro.

O evento teve três dias de duração e foi promovido pelo IG Metall (sindicato dos metalúrgicos da Alemanha), em parceria com a CNM/CUT, IndustriALL Global Union (Federação Internacional dos Trabalhadores na Indústria), as entidades sindicais da Argentina e do México, com apoio da FES (Fundação Friedrich Ebert).

Durante o encontro foram discutidas as realidades de trabalho nas montadoras instaladas em cada país, além das dificuldades e sugestões de melhorias no processo de comunicação para elaborar ações sindicais. Entre os destaques ficou o caso do México, que vem sofrendo com a precarização das relações trabalhistas, exploração de mão de obra, baixos salários, falta de segurança e ameaça aos dirigentes sindicais, que serviu de exemplo a ser combatido.

Neoliberalismo

Para o presidente da CNM/CUT, Paulo Cayres, houve uma ascensão recente do neoliberalismo na Argentina e no México, sendo que neste último as leis trabalhistas praticamente não existem. De acordo com Cayres, é importante os sindicalistas brasileiros ouvirem os relatos feitos no seminário porque algo semelhante por acontecer no Brasil, caso um golpe político seja concretizado.

“O golpe não é o mais grave, mas sim o que vem depois dele: o processo de privatização e terceirização, por exemplo. Estão todos com olhos voltados ao Brasil e, onde houver ataques aos direitos de trabalhadores em empresas automotivas, haverá paralisação em solidariedade em todo o mundo nas empresas envolvidas neste debate”, apontou.

Democracia em jogo

Na avaliação do secretário de relações internacionais da IG Metall, Flavio Benites, as maiores ameaças à democracia atualmente estão concentradas no Brasil. A prioridade máxima de grupos conservadores em instaurar golpe político deve ser combatida também com intervenção de movimentos sindicais.

“Os sindicatos não devem atuar apenas no chão de fábrica, mas expandir para as esferas políticas, públicas e, sobretudo, internacionais, porque no Brasil as montadoras não são nacionais e as ações devem estar em conjunto com plantas em outros países para fortalecer os trabalhadores. Para isso precisamos da liberdade que a democracia permite e isso está sofrendo fortes ameaças”, disse.

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