Em mais uma semana de mobilização na base, os dirigentes do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal) realizaram diversas assembleias para tratar da Campanha Salarial 2021.
Desde a segunda-feira, 13, ocorreram conversas com os trabalhadores da CNH Case, Kubik, Pirobat, Prysmian, Kanjiko, Flahs, GK 108 e Jaraguá. Na Kanjiko e na GK 108, os metalúrgicos aprovaram a possibilidade de paralisação, a partir de 1º de outubro, caso os empresários não cheguem a uma proposta de reajuste que atenda a necessidade da categoria.
O SMetal também reuniu os dirigentes, na quinta-feira,16, para discutir o andamento das negociações e definir os próximos passos da luta por um reajuste digno para a categoria. A data-base dos metalúrgicos fechou em 1º de setembro com inflação acumulada em 10,42%.
Além disso, como já demonstrado anteriormente, os trabalhadores perderam muito o poder de compra no último ano. Somente com a alimentação básica, de acordo pesquisa da Universidade de Sorocaba (Uniso), ficou 27,81%mais cara em um ano.
Mesmo assim, as bancadas patronais resistem em negociar um reajuste digno. O Grupo 3, que engloba os setores de autopeças, peças, parafusos e forjarias, colocou na mesa uma proposta abaixo da inflação, para pagar em duas vezes.
O Grupo 2, que engloba empresas como Clarios, Metso, CNH,JCB, Flextronics, Heller/Index, Baterias Moura, ABB, Emerson e que emprega 36%dos trabalhadores metalúrgicos da base do SMetal, quer pagar o índice da acumulado– 10,42% – parcelado em três vezes.
Por outro lado, os dados mostram que o setor industrial vai bem. Os números apontam para um crescimento de 5,6% no PIB, superior aos observados antes da crise causada pela pandemia da Covid-19, em 2020.
O mercado de trabalho é outro dado que mostra que o setor está aquecido nas cidades que compõem a base do SMetal. Entre agosto de 2020 e julho de 2021 foram gerados 3.928 postos nas empresas do segmento. Somente nos primeiros sete meses do ano, são 2.678 novos empregos.
O presidente da Federação Estadual dos Metalúrgicos (FEM/CUT),Erick Silva, participou do encontro e enfatizou a necessidade de união dos trabalhadores. “Nunca é fácil esse período de negociação com as bancadas patronais. Os empresários, apesar de estarem lucrando, sempre se negam a aceitar o que é justo para os metalúrgicos. Esse não tem sido diferente. Por isso, mais do que nunca, temos que mostrar nossa capacidade de mobilização para deixar claro o recado: não aceitaremos menos do que vale a nossa disposição de luta”.
Para Leandro Soares, presidente do SMetal, a categoria está ciente do quanto perdeu no último ano e vai à luta. “É o trabalho do metalúrgico que faz com a empresa tenha o lucro que apresenta. E, sendo assim, os trabalhadores sabem que a mão de obra deles precisa ser valorizada e estão dispostos a ir para o enfrentamento. Vamos seguir firmes para garantir que o pai e mãe de família recuperem seu poder de compra e sejam valorizados”.
Confira algumas fotos das assembleias desta semana (de 15 a 17 de setembro):