Grupos patronais ofereceram reajuste salarial abaixo da inflação e metalúrgicos decidiram pela greve
Assembleia realizada na noite desta quarta-feira (5) na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, com trabalhadores dos grupos que participam das negociações da Campanha Salarial deste ano, decidiu que todos farão um dia de paralisação na próxima segunda-feira, dia 10.
Os representantes da Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT (FEM-CUT) entregaram os avisos de greve aos grupos patronais respeitando o prazo legal de 48 horas para o início da paralisação.
“Será uma greve de 24 horas dos companheiros que ainda não receberam uma proposta decente dos patrões”, afirmou Rafael Marques, vice-presidente do Sindicato.
A pauta de reivindicações da categoria foi entregue dia 29 de junho durante ato na Fiesp, em São Paulo, e houve tempo suficiente para os grupos patronais apresentarem propostas aceitáveis pelos trabalhadores.
Mas, até agora, representantes da FEM-CUT ouviram apenas choradeira e enrolação nas rodadas de negociação. Algumas propostas não tinham aumento real. Outras foram ainda piores e sequer repunham a inflação dos últimos doze meses. Nem de longe foi mencionado aumento real.
“Esta será uma greve de alerta de apenas um dia, para que os patrões percebam que a disposição de luta da categoria é forte”, disse Wagner Santana, o Wagnão, secretrário-geral do Sindicato.
“Se mesmo assim eles insistirem na enrolação, partiremos para a greve por tempo indeterminado”, alertou o dirigente.
A pauta da Campanha Salarial 2012 destaca as cláusulas econômicas, como reposição integral da inflação, aumento real no salário, valorização dos pisos, jornada de 40 horas semanais, além da licença maternidade de 180 dias para G8, G10 e Estamparia (as trabalhadoras nos demais grupos já conquistaram) e seguro de vida.
Fonte: Imprensa SMABC
Metalúrgicos de Sorocaba também podem parar
Em Sorocaba, onde o Sindicato também filiado à FEM/CUT, as assembleias de mobilização da campanha salarial vêm acontecendo há várias semanas. A partir da próxima semana, pode haver greve ou paralisações por tempo determinado nas fábricas da região.
A inflação desde a última data-base dos metalúrgicos (setembro de 2011) está acumulada em 5,39%, segundo o INPC do IBGE. A maioria dos grupos patronais metalúrgicos oferece reajuste de apenas 5%. Já o Grupo 3 quer apenas repor as perdas de 5,39% nos salários, índice considerado muito baixo pelos metalúrgicos da região de Sorocaba.
“A proposta patronal, dois meses após a entrega da pauta de reivindicações, não cobre sequer as perdas salariais. E nós queremos aumento real, queremos reajuste acima da inflação para os trabalhadores. A partir da próxima semana, a categoria pode parar, sim, a qualquer momento”, afirma Ademilson Terto da Silva, presidente do Sindicato.
Fonte: Imprensa SMetal
