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Metalúrgicos da Flextronics se mobilizam por redução da jornada, sem redução dos salários

Na base do SMetal, diversas empresas já praticam as 40 horas semanais; a principal reivindicação na Flex é a supressão dos sábados na jornada

Gabriela Guedes/Imprensa SMetal
Foguinho/Imprensa SMetal

A redução da jornada de trabalho, sem a redução dos salários, é uma luta histórica dos metalúrgicos ligados à Central Única dos Trabalhadores (CUT).

Em assembleia realizada na manhã desta segunda-feira, 25, os metalúrgicos da Flextronics aprovaram, em votação, disposição de luta pela redução da jornada de trabalho, sem redução nos salários. A principal reivindicação é a supressão dos sábados na jornada.

O responsável pelas negociações com a empresa e vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal), Valdeci Henrique da Silva, explica que a Flex não aceitou negociar a liberação dos trabalhadores para o sábado, 30, dia ponte – entre feriados – que compõem a data  religiosa da Páscoa.

“Pautamos a empresa e esperamos resolver essa questão por meio da negociação. Mas a assembleia foi bastante participativa e demonstrou que os trabalhadores estão preparados para pressionar, se for necessário”, ressalta Verdinho.

Uma das participantes do Comitê Sindical de Empresa (CSE) da Flex, Nazaré Inocência, completa, indignada: “enquanto os diretores da Flex estarão em casa aproveitando o feriado, os metalúrgicos estarão aqui, trabalhando”.

Foguinho/Imprensa SMetal

A assembleia foi realizada na manhã desta segunda-feira, 25.

Redução da jornada

A redução da jornada de trabalho, sem a redução dos salários, é uma luta histórica dos metalúrgicos ligados à Central Única dos Trabalhadores (CUT).

Mesmo sem se tornar uma política de Estado, em âmbito nacional, no caso da base do SMetal, diversas empresas já praticam as 40 horas semanais, acordos que tiveram o protagonismo do Sindicato, como na Toyota, Kanjiko, Metalac, Gestamp, NAL do Brasil, Scherdel e Edscha, por exemplo. 

Verdinho destaca que, em um momento em que se implementa uma Indústria 4.0, ou seja, um avanço da tecnologia que pode aumentar a produtividade, é papel dos sindicatos garantir que os direitos da classe trabalhadora sejam ampliados.

No site oficial da Flex, a empresa afirma que seus parceiros podem ter a confiança de que “cultiva um espaço de trabalho que empodera cada trabalhador a desabrochar e liderar com integridade”. “Mas o histórico da Flex demonstra que não é bem assim. Já tivemos muitos problemas de ambiente inadequado para o trabalho, já pagaram até Termo de Ajustamento de Conduta, e insistem em fazer com que os metalúrgicos trabalhem aos sábados”, completa Verdinho.

Verdinho ainda considera que a Foxconn, de Jundiaí, principal concorrente da Flex, retirou o sábado da jornada dos trabalhadores. “Temos esse e outros exemplos que demonstram que é possível chegar a um acordo”, afirma o dirigente. 

Saiba mais: Sem diálogo com o SMetal, Flextronics demite centenas de trabalhadores 

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