Os trabalhadores da fabricante de autopeças Edscha, em Sorocaba, pararam por 2h30 na manhã desta sexta-feira, 24, na entrada de turno, para protestar contra a pressão patronal para que eles assinassem uma lista interna concordando com a participação nos resultados (PPR) oferecida pela empresa.
Ao contrário de outras empresas, a proposta de PPR da Edscha tem valor menor do que o do ano passado.
Na terça-feira desta semana o Sindicato dos Metalúrgicos esteve na porta da empresa para realizar uma assembleia sobre o PPR, mas foi informado por vários trabalhadores que a empresa havia feito intensa pressão interna para que eles votassem a favor da proposta patronal. Diante desse fato, o Sindicato, na assembleia, comunicou aos trabalhadores que estava rejeitando a proposta de antemão.
“É um direito, e até um dever, do Sindicato rejeitar sozinho a proposta nessas circunstâncias, pois soubemos que a votação estava comprometida devido à tentativa de direcionamento do resultado pela empresa”, afirma o diretor sindical Valdeci Henrique da Silva.
Nova negociação
A paralisação desta sexta-feira começou às 6h e terminou às 8h30, diante do compromisso da Edscha de que voltará a negociar a participação nos resultados com o Sindicato.
“Caso haja uma nova proposta, colocaremos em votação na assembleia de trabalhadores no início da próxima semana. Caso contrário, manteremos os companheiros da Edscha informados sobre o andamento do diálogo”, afirma o sindicalista.
O presidente do Sindicato, Ademilson Terto da Silva, ressalta que o Sindicato não vai tolerar o uso de listas para forçar a aceitação da proposta patronal. “Nosso Sindicato nunca aceitou e nem vai aceitar que uma lista substitua a votação por assembleia. E a votação tem que ser democrática e livre de pressões internas”, informa Terto.
A Edscha, instalada na zona industrial de Sorocaba, conta com cerca de 550 funcionários.