São inúmeras as reivindicações dos trabalhadores da Condex que, cansados do descaso da empresa, decidiram deflagrar greve na manhã desta segunda-feira, dia 29, por tempo indeterminado. Na semana passada, a diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal) esteve na porta da fábrica e aprovou uma pauta com as principais demandas dos funcionários, que foi protocolada na empresa juntamente com o comunicado de greve, na quarta-feira, 24.
No documento, estão as seguintes reivindicações: negociar o Programa de Participação nos Resultados de 2023 nos parâmetros de acordos de empresas do mesmo segmento; retomar o desjejum dos trabalhadores do terceiro turno; valorização do vale-compras e do vale-combustível, redução de jornada e melhorias no convênio médico.
Conforme explica o vice-presidente do Sindicato, Valdeci Henrique da Silva (Verdinho), a empresa respondeu à pauta somente solicitando a indicação de um representante do Sindicato para dar início à negociação no mês de julho. “Só que isso não bastou para os trabalhadores, que há anos têm criticado os desmandos dos patrões e cansaram dessa situação. Faz meses que o SMetal enviou a pauta para dar início às discussões do PPR, por exemplo, mas não recebeu uma resposta sequer”, destaca.
Verdinho explica que os trabalhadores devem retornar ao trabalho somente após a empresa ao menos formalizar uma proposta para o PPR 2023. “O Sindicato sempre se pautou pela negociação, pela conversa, e é dessa maneira que conseguimos avançar na maioria das vezes. Porém, a Condex não tem mais credibilidade com os trabalhadores e, por isso, eles só voltam ao trabalho com uma proposta decente de PPR, com antecipação garantida, metas transparentes e atingíveis e valor e data de pagamento definidos”, completa.
Segundo o dirigente sindical, além do PPR, há inúmeras pautas represadas e o SMetal está cobrando da empresa a criação de uma mesa permanente de negociações para discuti-las. “São trabalhadores, pais e mães de família, que querem manter o seu emprego, mas não da forma que a Condex tem tratado o pessoal, de forma muitas vezes truculenta e arbitrária. Até o pãozinho que era fornecido no terceiro turno ela cortou e isso revoltou a todos”, conclui.
A Condex fabrica cabos e fios elétricos, fica no bairro Iporanga, em Sorocaba, e tem cerca de 100 trabalhadores.