O mercado de trabalho metalúrgico está aquecido nas cidades que compõem a base do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal). Entre agosto de 2020 e julho de 2021 foram gerados 3.928 postos nas empresas do segmento. Somente nos primeiros sete meses do ano, são 2.678 novos empregos.
De acordo com dados organizados pela subseção do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) do SMetal, o último índice — referente a julho de 2021 — mostra que foram admitidas 1.188 pessoas, ao passo que 863 metalúrgicos foram desligados de suas funções; o que resulta em um saldo positivo de 325 empregos.
Em um ranking, referente ao ano de 2021, os setores que mais contrataram foram os fabricantes de autopeças e produção de automóveis. Na visão do economista Fernando Lima, do Dieese, o impulsionamento do mercado de trabalho metalúrgico é puxado por esses setores. “No caso do setor ‘auto’, o nível de produção de caminhões, que é o maior desde 2013, tem repercutido nas autopeças locais. Outro ponto é o sucesso de vendas e exportação da SUV produzida em Sorocaba”, comenta Fernando.
Na lista de principais contratantes aparecem, em terceiro lugar, as empresas fabricantes de máquinas agropecuárias. Fernando atribui a alta produção do setor aos preços dos produtos agrícolas. “O preço dos produtos cotados em dólar e valorizados faz com que o produtor rural brasileiro receba mais em reais. A tendência é gastar mais, principalmente com maquinários. Por consequência, isso repercute na produção de máquinas agrícolas”, diz.
Sindicato forte, governo fraco
Para o presidente do SMetal, Leandro Soares, os números positivos resultam de ações consistentes do Sindicato. “Ao longo dos anos, buscamos caminhos para defender os direitos da categoria, ao mesmo tempo que buscamos investimentos para cidade. Com isso, investir em Sorocaba se tornou bastante atrativo e isso é fundamental para manutenção dos postos de trabalho e para geração de novos empregos”.
Leandro salienta também o papel da entidade durante a pandemia da Covid-19. “Negociamos acordos com melhores condições do que as previstas pelo Governo Federal, garantido que os metalúrgicos e metalúrgicas não perdessem seus empregos e renda, mas principalmente, para que mantivessem a saúde e a vida”.
Outro ponto que o presidente do Sindicato destaca é a falta de investimentos do Governo Federal. “Bolsonaro é um desastre no comando do país. Além de ser responsável pelas milhares de mortes que, infelizmente ocorreram até agora, não tem nenhuma política econômica que garanta a geração de empregos. Com isso, cabe a nós lutarmos para que os investimentos sejam feitos”.
Ele lembra também que é preciso levar esse cenário em consideração para lutar por um reajuste digno na Campanha Salarial. “Fechamos o índice da inflação da nossa data-base, que ficou em 10,42%, e estamos em plena mobilização para garantir o que é de direito da categoria. Os números apresentados na categoria são positivos e isso só é possível porque o trabalhador e a trabalhadora garante a produção das empresas”.