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Indústria automobilística: Sorocaba é a maior exportadora de carros no país

Dados mostram que a cidade é líder em exportações de carros e ocupa o 2º lugar em exportações de autopeças; futuro é desafiador com a chegada de carros autônomos e o declínio do motor à combustão

Imprensa SMetal
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Em Sorocaba, no decorrer da Avenida Independência, é possível observar diversas montadoras e produtoras de autopeças

Em Sorocaba, no decorrer da Avenida Independência, é possível observar diversas montadoras e produtoras de autopeças

De acordo com dados do Ministério da Economia e da plataforma Comex Stat, divulgados em outubro deste ano, Sorocaba aparece como líder no ranking de exportação de carros no Brasil. Somente em 2021, foram gerados mais de R$2 bilhões de reais com a venda de veículos para mais de 25 países em todo o mundo.

A subseção dos metalúrgicos de Sorocaba do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômico (Dieese) organizou números que mostram a relevância da cidade. Em outras duas possibilidades de recorte estatístico da indústria automobilística, o município também aparece na dianteira: segundo lugar na exportação de autopeças e a terceiro na exportação de veículos automotores no geral (carros, tratores, caminhões, autopeças, etc).

Os países latino-americanos são os que mais receberam veículos automotores produzidos em Sorocaba. O ranking é liderado pela Argentina, que é maior receptora com uma fatia de 54% das exportações, e segue com países como Chile e Colômbia.

“Por causa das oscilações internas da economia brasileira, as exportações são importantes para que o volume de produção se mantenha adequado, proporcionando a manutenção dos postos de trabalho e, em alguns casos, até a expansão”, comenta o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal), Leandro Soares.

Para ele, Sorocaba de destaca no segmento automobilístico por conta da infraestrutura que as empresas recebem e do bom diálogo construído entre sindicato e as fábricas. Leandro também recorda a importância das universidades públicas e do Instituto Federal nesse processo, já que nessas instituições são formados profissionais e pesquisadores que agregam ao setor.

Sindicato

Na base do SMetal, ao menos 13 mil trabalhadores e trabalhadoras estão empregados em fábricas do setor automobilístico; o percentual representa 33% da base, ou seja, um terço do montante total de 40 mil pessoas. É o que mostra o Dieese, com base em dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

Leandro reforça que é prerrogativa do Sindicato lutar para que a categoria receba o que tem direito nesse montante, tendo em vista o bom cenário de exportações que o município vive. “Para além de garantir emprego, o sindicalismo demanda que os companheiros sejam reconhecidos com salários de acordo com o que representa a mão da obra e também em direitos, afinal, é a partir da sua força de trabalho que o lucro é gerado para as empresas”, diz.

Negociações por melhorias em direitos e benefícios, pelo Programa de Participação nos Resultados (PPR) e valorização salarial são algumas das áreas de atuação sindical. Acordos que garantam emprego e renda também fazem parte da luta diária do Sindicato.

E o futuro?

O que vem pela frente, no entanto, ainda é dúvida. Com a chegada dos chamados “carros inteligentes” ou “carros autônomos”, é necessário investir em qualificação e estrutura para que o município continue na dianteira do mercado e não perca espaço para outros estados, como vem acontecendo com multinacionais que operam no país.

Atualmente, Sorocaba ainda não apresentou nenhuma política acerca do assunto, fato que a diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos considera “preocupante”. Cada vez mais, as montadoras investem na produção desses veículos seja pelo trânsito mais seguro – proporcionado pela tecnologia que envolve esses projetos – ou por menos emissão de gases que geram o efeito estufa e agridem o planeta. A automação e o fim do motor à combustão já são tendências para os próximos anos no mercado.

“O Sindicato sempre liderou as discussões sobre modernização, indústria e trabalho na cidade. Estamos dispostos à conversar e construir com o poder público, mas ainda não temos abertura para traçar esse diálogo. A perspectiva é que, em poucos anos, exista uma demanda pela tecnologia necessária para produzir esses carros, sejam híbridos, elétricos ou autônomos. Vamos ficar para trás e ver postos de trabalho sendo fechados?”, questiona Leandro.

Enquanto as autoridades sorocabanas não abrem espaço para essa discussão, o SMetal já começa a conversar e se adaptar ao tema. Em setembro deste ano, o presidente e dirigentes da entidade participaram do evento “Híbrido: O motor do futuro”, que atraiu pesquisadores, movimentos sociais e lideranças para debater essa questão.

O evento foi dividido em três painéis, que abordaram debates, previsões e propostas relativas ao futuro da indústria automobilística. A diretoria do Sindicato informa que tem a pretensão de trazer o mesmo encontro para Sorocaba, no primeiro semestre de 2022.

Mas, afinal de contas, o que é esse “carro do futuro”? Clica aqui que a gente te conta.

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