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Campanha Salarial 2023

Dieese: 73,6% dos reajustes salariais ficaram acima da inflação em 2023

Cenário para as negociações coletivas continua mostrando tendência de melhora; em fevereiro, de 149 acordos analisados 69% tiveram ganho real, 23,5% fecharam com reajustes igual ao INPC e 7,4% abaixo

Com informações da Rede Brasil Atual
Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Dados foram divulgados pelo Dieese nesta terça-feira, 21

Dados foram divulgados pelo Dieese nesta terça-feira, 21

O cenário para as negociações coletivas continua mostrando tendência de melhora, segundo dados divulgados nesta terça-feira (21) pelo Dieese. De um total de 1.184 acordos analisados neste ano, até o último dia 9, tiveram aumento real 73,6%. Ou seja, reajustes salariais acima da inflação (medida pelo INPC-IBGE, usado como referência na área trabalhista).

Além disso, 19,3% dos acordos resultaram em reajuste equivalente à variação do INPC em 12 meses. E 7,1% ficaram abaixo da inflação. Até agora, a média das negociações é de 0,88% acima do índice oficial.

“O quadro que começa a ser desenhado para 2023 mostra predominância dos reajustes salariais acima da inflação, em forte contraste com o ocorrido em anos anteriores”, afirma o Dieese em boletim. Contribui para isso a diminuição da taxa de inflação nos últimos meses. De maio a julho do ano passado, por exemplo, era necessário um reajuste em torno de 12% para repor perdas. Enquanto para categorias com data-base neste mês é preciso 5,47%.

Apenas em fevereiro, de 149 acordos analisados 69% tiveram ganho real. Foram 23,5% com reajustes equivalentes ao INPC e 7,4% abaixo. De acordo com o Dieese, o resultado do mês passado foi semelhante ao das duas datas-base anteriores.

Entre os setores, nos primeiros dois meses de 2023 a indústria teve 76,9% de acordos com aumento real. Já os serviços ficaram com 74%. No comércio, foram 56%.

O valor médio dos pisos salariais nos instrumentos coletivos deste ano tá em R$ 1.485,51. Fica 14,1% acima do salário mínimo.

Data-base do metalúrgicos acumula 2,47% de perdas com a inflação

Em seis meses, os trabalhadores da base do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal) tiveram 2,47% de perdas salariais, desde o fechamento da data-base da categoria, em setembro de 2022. O cálculo leva em consideração o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que é utilizado como base para as negociações de reajuste salarial.

No mesmo período do ano passado – entre setembro de 2021 e fevereiro de 2022 – a inflação acumulada para a data-base dos metalúrgicos era de 5,73%.

Na visão do presidente do SMetal, Leandro Soares, os números refletem o novo momento do Brasil. “Depois de quatro anos de completa instabilidade política e econômica, sob o comando de Bolsonaro, voltar a viver num país onde o presidente se preocupa com as pessoas e trabalha para melhorar as condições de vida. Isso reflete na inflação e na data-base dos metalúrgicos, que está num patamar inferior ao de 2022. Acreditamos firmemente que o presidente Lula seguirá guiando o Brasil para o caminho certo”.

Leandro alerta, no entanto, que isso não significa que as negociações da Campanha Salarial 2023 serão fáceis. “Sempre lembramos que negociar com o patrão é uma tarefa bastante desafiadora. Não importa se as perdas com a inflação sejam altas ou baixas, o empresariado nunca quer ceder a valorização dos trabalhadores. Mas o SMetal e a FEM-CUT/SP estão preparados para mais essa batalha para garantir o reconhecimento do trabalho duro da categoria”.

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