Busca
Editorial

Como chegamos até aqui ?

O período que antecede a documentação da palavra escrita chama-se Pré-História

Imprensa S/Metal

Especialistas afirmam, categoricamente, que a trajetória da civilização só pode ser reconhecida como História a partir do uso da palavra escrita. Os documentos, em pedra, papiro, papel ou qualquer outra forma de registro escrito, formam as bases para o estudo científico do comportamento humano, seus pensamentos, ideologias e sua vida em sociedade.

O período que antecede a documentação da palavra escrita chama-se Pré-História.

Qualquer documento é válido para estudo da História: ofícios, atas, decretos, cartas, fotos, moedas, jornais, revistas ou livros. Mais recentemente, também a fotografia, a gravação da voz, o cinema, o vídeo e outras formas modernas de registro contribuem para contar e preservar a história da civilização.

Todos os tipos de documentos são importantes, mas o livro é o mais completo, com maior capacidade de expor fatos, comportamentos, hábitos, visões de mundo da época em que foi escrito ou do período que foi objeto de estudo do autor.

A obra “Companheiros – A Hora e a Vez dos Metalúrgicos de Sorocaba”, lançada há poucos dias, por exemplo, custou mais de dois anos de trabalho ao jornalista e escritor Carlos Araújo. Foram meses e meses de pesquisas em bibliotecas, jornais antigos e outros locais que guardam acervos históricos. Outros tantos meses foram dedicados às entrevistas com personagens que viveram fatos narrados na obra. As fotos que ilustram o livro também precisaram ser “garimpadas” em velhos arquivos e depois devidamente selecionadas para compor a publicação.

Após a captação de informações, Araújo dedicou meses à redação, para contar a história a partir da análise de documentos, de depoimentos e de suas próprias conclusões. Nenhuma reportagem de jornal, revista ou TV pode se dar ao luxo de ser tão detalhada ou abrangente.

O livro não somente revela a trajetória da categoria metalúrgica na região de Sorocaba, como também contextualiza as lutas sindicais em relação ao momento social e econômico que o Brasil vivia no período narrado.

A publicação também demonstra a influência que a organização dos metalúrgicos tem, não apenas no chão de fábrica, mas na sociedade, na cultura e no comportamento sócio- político da população regional desde o início dos anos 80.

“Companheiros” é uma leitura recomendada não apenas para metalúrgicos, mas para qualquer pessoa que se interesse por conhecer um pouco mais a história de Sorocaba e da região.

Para os metalúrgicos mais jovens, “Companheiros” é leitura indispensável. Quem entrou no mercado de trabalho nos últimos 10 anos só conheceu o Brasil da oferta de empregos, da estabilidade econômica, da comunicação via internet, da jornada semanal de 40 a 44h, das crises internacionais que não afetam nosso país, da luta por aumento real de salários (e não da simples reposição da inflação astronômica nos salários).

“Companheiros” lembra que a pauta dos trabalhadores de décadas atrás incluía condições de sobrevivência, liberdade e dignidade. Foram essas lutas, básicas, porém pioneiras e heróicas, que nos trouxeram ao momento atual.

tags
civilizaçao descoberta documentos habitos história ideologias leitura sociedade
VEJA
TAMBÉM