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Dia do Meio Ambiente

‘Carrinhada’ em Sorocaba pede ampliação da coleta de recicáveis

Na manhã de quinta, dia 5, cerca de 300 catadores da Coreso e representantes de outras cooperativas de 20 cidades da região, participaram da tradicional "carrinhada" pelo centro de Sorocaba

Imprensa SMetal
Imprensa/Ceadec
Rita de Cassia é presidente do Ceadec, ONG organizadora da atividade, em parceria com catadores, em prol da saúde do meio ambiente

Rita de Cassia é presidente do Ceadec, ONG organizadora da atividade, em parceria com catadores, em prol da saúde do meio ambiente

Cerca de 300 catadores da Cooperativa de Reciclagem de Sorocaba (Coreso) e representantes das demais cooperativas atuantes em vinte municípios das Regiões de Sorocaba e Itapeva que integram a Rede Solidária Cata-Vida saíram às ruas de Sorocaba, na manhã de quinta-feira, dia 5 de junho, na tradicional “Carrinhada” em comemoração ao Dia Mundial do Meio Ambiente. O objetivo foi chamar a atenção da população para a importância da preservação do meio ambiente e da coleta seletiva de materiais recicláveis.

A atividade organizada pelo Ceadec – Centro de Estudos e Apoio ao Desenvolvimento, Emprego e Cidadania, conjuntamente com os catadores, acontece há mais de uma década em Sorocaba.

A carrinhada deste ano teve como tema também a defesa da implantação de programas municipais de coleta seletiva com a inclusão dos catadores organizados em cooperativas na região de Sorocaba. A inclusão dos catadores inclui o pagamento pelos serviços públicos prestados por esses trabalhadores, em sintonia com os princípios e diretrizes da Lei Federal nº 12.305/2010, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos.

A Lei Federal determina que, a partir de agosto de 2014, somente os materiais que não sejam passíveis de reutilização e reciclagem poderão ser encaminhados aos aterros sanitários. Pela Lei, a coleta seletiva deve ser prioridade nos municípios e deverá ser implantada com a participação das cooperativas de catadores de materiais recicláveis.

“Temos muito a comemorar hoje com a organização dos catadores e catadoras em vinte municípios por meio da Rede Solidária Cata-Vida. Além de contribuir com a preservação dos recursos naturais, esse trabalho gera renda e condições dignas de trabalho a esses heróis e heroínas que sob todas as condições, sol e chuva, fazem o seu trabalho”, ressaltou a presidente do Ceadec, Rita de Cássia Gonçalves Viana.

“Há mais de uma década nós lutamos nessa cidade para que haja coleta seletiva e não podemos admitir que uma cidade com mais de seiscentos mil habitantes esteja na contramão da lei. Hoje Sorocaba não pode receber recursos públicos na área de saneamento, pois não elaborou seu Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos dentro do prazo previsto na Política Nacional de Resíduos Sólidos”, critica a dirigente da ONG.

Segundo Rita, o fato de Sorocaba não seguir a legislação federal é responsável pelos munícipes estarem pagando cerca de 250 reais por tonelada a uma empresa privada para aterrar 15.700 toneladas por mês de resíduos sólidos em Iperó.

A catadora presidente da Coreso, Patrícia de Sene, pediu o apoio da população para cobrar do poder público do município a implantação da coleta seletiva com a inclusão e o pagamento das cooperativas. “Queremos ser reconhecidos por essa cidade. Queremos o apoio da população sorocabana para que cobre do poder público para que ele faça a coleta seletiva acontecer de forma decente nessa cidade”, afirmou.

Participaram da carrinhada os catadores, representantes do Ceadec, da Prefeitura Municipal de Boituva, Campina Monte Alegre, Coronel Macedo, Itapetininga, Piedade e Riversul, da assessoria da Deputada Federal Iara Bernardi, Vereador França, assessoria do vereador Carlos Leite, Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região e Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Vestuário de Sorocaba e Região. Os catadores e catadoras do município de Mairinque, juntamente com representantes do poder público, que estão realizando a organização da implantação da coleta seletiva na cidade e pretendem integrar a Rede Solidária Cata-Vida em breve, também participaram do evento.

O nome “carrinhada” se deve ao fato dos catadores saírem às ruas anualmente com os seus carrinhos em comemoração ao Dia Mundial do Meio Ambiente. Desde de 2005, com o processo de humanização da coleta seletiva promovida pelo Ceadec, a carrinhada deixou de ser realizada com carrinhos, pois hoje os catadores fazem a coleta com caminhões. Mas o nome permanece como símbolo da luta desse período por melhores condições de trabalho.

A Rede Solidária Cata-Vida existe desde 2001 e atualmente é integrada por 380 catadores de materiais recicláveis organizados em cooperativas atuantes nos municípios de Sorocaba, Capão Bonito, Itararé, Itapetininga, Guapiara, Pilar do Sul, São Miguel Arcanjo, Piedade, Salto de Pirapora, Itapeva, Riversul, Campina do Monte Alegre, Boituva, Ribeirão Branco, Ribeirão Grande, Araçoiaba da Serra, Fartura, Taguaí, Itaberá e Coronel Macedo.

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