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Metalúrgicos da CUT

Campanha Salarial: pauta de reivindicação é entregue às bancadas patronais

Em breve, a FEM-CUT/SP e o SMetal darão início às negociações por valorização dos salários, do teto, além de melhorias nas questões sociais, especialmente referentes à proteção da mulher

Daniela Gaspari e Caroline Queiróz Tomaz / Imprensa SMetal
Caroline Queiróz Tomaz / Imprensa SMetal

Além do reajuste salarial, no Grupo 2 (máquinas, equipamentos e eletrônicos), a Federação dos Metalúrgicos está apresentando melhorias nas cláusulas de proteção à mulher trabalhadora

A Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT (FEM-CUT/SP) e os Sindicatos filiados realizaram nesta quinta-feira, dia 6, a entrega da pauta de reivindicações da Campanha Salarial 2023 às bancadas patronais do Sicetel, Siescomet, Siniem, Sindratar, Sifesp, Fiesp (Grupo 10 e Aeroespacial), Grupo 8.3 (Simefre, Sinafer e Siamfesp), Sindicel, G2 (Sindimaq E Sinaees) e Grupo 3 (Sindipeças, Sinpa e Sindiforja). Nas montadoras, as negociações da data-base ocorrem por fábrica.

Segundo Leandro Soares, presidente do SMetal, as negociações deste ano ocorrerão dentro de um cenário bastante desafiador. “Estamos num momento em que o país passa por uma reconstrução de políticas públicas e, principalmente, de fortalecimento da indústria. E não há crescimento econômico sem a participação dos trabalhadores e é exatamente por isso que nós, metalúrgicos da FEM-CUT/SP, iremos trabalhar muito para mobilizar as nossas bases para garantir avanços à categoria”, assegura.

Ele destaca ainda que, diferentemente dos anos anteriores em que a situação era de inflação alta corroendo o bolso do trabalhador, a conjuntura atual é de inflação controlada e baixa. Isso significa que os trabalhadores têm mais acesso à alimentação e bens de consumo, o que é extremamente importante.

“Só que não é porque a inflação está baixa, que não faremos a luta. Por isso, contamos com cada metalúrgico e cada metalúrgica para unificarmos forças nessa luta pela manutenção dos nossos direitos e, acima de tudo, pela conquista de aumento real no salário”, completa.

Desde a última data-base, entre setembro de 2022 e junho de 2023, a categoria acumula 4,05% de perdas com a inflação. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do mês de junho será divulgado dia 11 de julho.

Principais reivindicações para 2023

De acordo com o presidente da FEM-CUT/SP, Érick Silva, um dos principais objetivos dos representantes dos metalúrgicos para este ano é defender a valorização dos pisos e tetos e buscar mecanismos para o enfrentamento da rotatividade.

“Temos uma rotatividade que varia entre 20% e 30% no Estado de São Paulo. Isso tem que ter um caminho para o fim e precisamos construir isso, juntos, nessa Campanha Salarial. Temos a unidade dos 13 sindicatos, que representam 56 cidades, e todo mundo muito preparado para lutar e conquistar o que virá pela frente certamente”, assegura Érick Silva.

Outro destaque das negociações de 2023 será a busca por melhorias nas cláusulas sociais específicas para as trabalhadoras metalúrgicas. A reivindicação veio por meio do Coletivo de Mulheres da Federação e do SMetal, que apresentaram algumas alterações de redação à CCT do Grupo 2 – bancada patronal com maior participação feminina com negociação da pauta cheia (cláusulas sociais e econômicas).

Entre as principais reivindicações estão: mudanças referentes às ausências justificadas, de proteção ao trabalho e, principalmente, sobre plano de carreira, para que a licença-maternidade não afete a ascensão da mulher na política salarial da empresa e nem em futuras promoções.

“Estamos reivindicando melhorias para as trabalhadoras metalúrgicas, milhares de mães e mulheres, para que elas tenham um maior suporte no ambiente de trabalho, se beneficiando ainda mais desse grande ‘guarda-chuva’ em defesa de direitos que é a Convenção Coletiva de Trabalho”, enfatiza Priscila da Silva, diretora executiva da FEM-CUT/SP e dirigente do SMetal.

Próximos passos

O presidente da FEM-CUT/SP explica que, entregue as pautas de reivindicações, a Federação e os Sindicatos de Metalúrgicos filiados aguardam a confirmação das datas por parte das bancadas patronais para dar efetivamente início às negociações. “A partir de agora, é importante que o trabalhador no local de trabalho esteja atento aos informes do Sindicato, às assembleias, para saber como estão caminhando as discussões. Vamos juntos rumo à vitória em mais esta Campanha Salarial”, conclui Érick Silva.

Arte: Cassio Freire

Entenda como serão as negociações da Campanha Salarial 2023

Confira abaixo quais são a divisão dos grupos metalúrgicos na Campanha Salarial 2023:

SICETEL: trefilação e laminações de metais;
SIESCOMET: esquadrias e construções metálicas;
SINIEM: estamparia de metais;
SINDRATAR: refrigeração, aquecimento e tratamento de ar;
SIFESP: fundição;
GRUPO 10: lâmpadas; equipamentos odontológicos; mecânica; material bélico; entre outros – especialmente pequenas e micro empresas;
AEROESPACIAL: construção de aeronaves, equipamentos gerais aeroespaciais e aero peças;
GRUPO 8.3: SINAFER (ferros, metais e ferramentas), SIAMFESP (artefatos de metais não ferrosos) e SIMEFRE (equipamentos ferroviários e rodoviários);
SINDICEL: condutores elétricos, trefilação e laminação de metais não ferrosos;
GRUPO 2: SINDIMAQ (máquinas e equipamentos) e SINAEES (aparelhos elétricos e eletrônicos);
GRUPO 3: SINDIPEÇAS (autopeças), SINPA (porca e parafusos) e SINDIFORJA
MONTADORAS: Negociações por fábrica. Ex. Toyota negocia individualmente.

Sobre a Campanha Salarial 2023

O tema das negociações deste ano será “A Luta Continua Pela Reconstrução dos Direitos, dos Salários e da Democracia” e eixos aprovados são: reposição da inflação; aumento real; valorização dos pisos salariais; valorização das Convenções Coletivas de Trabalho; redução de jornada sem redução de salário e redução dos juros.

Adonis Guerra/SMABC

A FEM-CUT/SP é composta por dirigentes de 13 Sindicatos de Metalúrgicos do Estado de São Paulo, que representam 56 cidades

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