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Nenhum direito a menos

Campanha Salarial: ‘O problema é o piso’, dizem os patrões

Em reuniões de Campanha Salarial, as bancadas patronais do Grupo 3 e Estamparia insistem na necessidade de rediscutir os pisos salariais. Patrões querem mexer ainda nas cláusulas dos aprendizes e auxílio-creche

Imprensa SMetal
Raquel Camargo
Na última semana, a FEM/CUT intensificou as mesas de negociações com as bancadas patronais

Na última semana, a FEM/CUT intensificou as mesas de negociações com as bancadas patronais

Em reuniões de Campanha Salarial da FEM/CUT (Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT), duas bancadas patronais insistiram na necessidade de rediscutir os pisos salariais. Com o Grupo 3, as discussões foram na quinta-feira, dia 22, e com a Estamparia, na sexta, 23, na sede da FEM.

“Os patrões alegaram que os pisos salariais dificultam as contratações e querem rever ou até acabar com os pisos. Já nós da bancada dos trabalhadores defendemos que o problema do desemprego não é causado pelo salário, muito menos pelo piso. O problema é a falta de uma política industrial por parte dos governos federal e estadual”, rebateu o presidente da FEM/CUT, Luiz Carlos da Silva Dias, o Luizão.

“O trabalhador metalúrgico paulista não pode ser responsabilizado pela crise que o Brasil atravessa. Achatamento de salários não é nem nunca será solução para resolver os problemas do país. É o abandono dos governos que traz consequências ao emprego e à indústria”, afirmou.

O dirigente lembrou que antigamente o sonho de todo jovem era entrar em uma metalúrgica e fazer carreira. “Hoje os jovens usam o emprego como um trampolim para as carreiras fora da indústria. Então o movimento tem que ser o inverso, é preciso valorizar os pisos e salários para que os jovens se mantenham na empresa”, explicou.

As bancadas patronais também apresentaram a proposta para rediscutir cláusulas dos aprendizes, auxílio-creche e garantias ao trabalhador vítima de acidente de trabalho.

“Deixamos claro que não há espaço para discutir garantias e conquistas dos trabalhadores”, contou.

O coordenador da Regional Diadema, Claudionor Vieira do Nascimento, que acompanha as negociações, afirmou que o desafio na Campanha Salarial é garantir a manutenção da Convenção Coletiva de Trabalho.

“Estamos em uma onda de retirada de direitos e ataques em todo o país. Se dependesse só dos patrões, trabalharíamos em situações análogas à escravidão”, alertou.

“Além disso, parte dos patrões tem responsabilidade sobre a situação econômica e o alto desemprego, eles foram para as ruas defender esse modelos econômico e político do país. Em todos os grupos de negociação, é necessária a mobilização dos trabalhadores”, chamou.

Neste ano, as negociações com o G3 (Sindipeças, Sindiforja, Sinpa) são de cláusulas econômicas, já que no ano passado a Convenção Coletiva foi assinada com validade por dois anos. Com a Estamparia, a negociação é de pauta cheia, que inclui cláusulas econômicas e sociais.

Novas reuniões estão agendadas para esta semana com as bancadas patronais do Sindicel, G8.2 e G2. Apenas o Sindratar não agendou data de negociação.

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