Mesmo com a queda lenta de 0,5% a cada 45 dias, a taxa básica de juros, a Selic, está atualmente em 11,25% e ainda inibe o investimento e o consumo, alerta a subseção Sorocaba do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE).
“A Selic vinha de patamares muito altos, ou seja, o custo do crédito é alto, e o fato dela estar caindo é importante, mas infelizmente isso tem tido muito pouco impacto na ponta final para o tomador do crédito, empresas e pessoas físicas. E esse alto nível dos juros faz com que o retorno do investimento, por vezes, não cubra nem mesmo o custo do crédito”, destaca o economista do DIEESE, Felipe Duarte, que completa explicando que, apesar desse cenário, o Governo Federal tem desenvolvido uma série de políticas públicas para estimular o investimento, como o Nova Indústria Brasil e o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Silvio Ferreira, secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal), destaca que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação, está em baixa, alcançando 3,82% e as taxas de juros já poderiam ser menores, como o Governo Federal já havia sinalizado, o que poderia garantir mais investimentos no cenário produtivo do país e gerando uma estabilidade econômica para toda a sociedade.
“Com a inflação baixa, não faz sentido manter a taxa de juros neste patamar, porque prejudica o desenvolvimento econômico e reduz o crédito do trabalhador. Isso faz com que as pessoas parem de comprar, as fábricas diminuem a produção e cortam vagas de trabalho. Isso é ruim para o país e para os brasileiros”, ressalta Silvio.
O Comitê de Política Monetária (Copom), órgão ligado ao Banco Central que define a taxa Selic, fará sua próxima reunião em 19 e 20 de março, e Felipe, economista do Dieese destaca que é muito provável que a taxa siga caindo nos próximos dois meses, mas é possível que após esse período o ritmo da queda diminua.
Neoindusitrialização
Apesar da alta taxa de juros, impactando especialmente o setor produtivo, programas do Governo Federal têm possibilitado investimentos através da Nova Indústria Brasil e o programa Mover, que combinados com um sindicato forte e atuante nas negociações para assegurar os direitos dos trabalhadores, devem gerar milhares de empregos.
Nesta terça-feira, 5, a Toyota anunciou o investimento de R$11 bilhões nas plantas de Sorocaba e Porto Feliz que deve gerar cerca de 10 mil empregos na região, entre vagas diretas e indiretas.
Para o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal), sindicato forte contribui com a geração de empregos.
“Não tem maior programa social que a geração de empregos. Esse investimento prova que, cada vez mais, um sindicato forte faz boas negociações, na busca de investimentos para Sorocaba e região, e consequentemente para os trabalhadores, ampliando direitos e benefícios”, destaca Leandro.
O presidente conta que o SMetal tem feito discussões sobre como aprofundar o diálogo com as empresas. “Desta forma, enquanto um sindicato sério e responsável, contribuímos para que as empresas tragam investimentos para a nossa região para melhor a vida da categoria”, afirma.