Mais uma vez, os representantes do Grupo 10, formado predominantemente por pequenas e microempresas de manutenção industrial, equipamentos médicos hospitalares e odontológicos e mecânicas, se recusam a negociar a pauta de reivindicações da Campanha Salarial com a Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT (FEM-CUT/SP).
E para que os trabalhadores que fazem parte de fábricas representadas pela bancada patronal não fiquem desamparados, sem os direitos conquistados pela categoria ao longo dos anos e o reajuste nos salários, a diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal) decidiu dar início, na semana passada, às negociações por fábrica.
De acordo com o diretor executivo do SMetal, Francisco Lucrécio Junior Saldanha, até o momento, a entidade possui cerca de 45 empresas em processo de negociação. Inclusive, em algumas delas, a discussão está bastante avançada, aguardando somente a confecção dos acordos coletivos. Entre elas: Acacia Produtos, Adoxy, Invalv, S Car Service, Silva e Fernandes, Auto Centro Ipanema e Petrocelli.
“Estamos procurando as empresas e buscando a valorização dos salários e as cláusulas sociais, como determinado pela FEM-CUT. Nossa reivindicação é aumento real nos salários, que seja além da inflação da data-base de 4,06%, e a manutenção dos direitos contidos na Convenção Coletiva de Trabalho dos metalúrgicos”, destaca Francisco Lucrécio Saldanha, diretor executivo do SMetal.
O dirigente sindical Alessandro Marcelo Nunes (Marcelinho) lembra que, para que o máximo de trabalhadores de empresas do Grupo 10 sejam abrangidos com os acordos coletivos e aumento real dos salários, é importante que procurem o Sindicato pelos canais de comunicação.
“Se a empresa quiser pagar o reajuste sem negociar com o sindicato, não terá validade nenhuma, mas se fizer o acordo com o SMetal, os trabalhadores terão também as cláusulas sociais garantidas. Por isso, é importante que todo trabalhador que está no Grupo 10 entre em contato com o Sindicato, para que possamos procurar a empresa para negociar”, assegura.
Para denunciar empresas que aplicaram reajuste com base na inflação (4,06%) sem negociação com o Sindicato ou entrar em contato com a entidade, basta ligar no (15) 3334-5400, enviar uma mensagem pelo WhatsApp (15) 99714-9534 ou ainda acessar o campo Denuncie (acesse aqui), do Portal SMetal, de forma anônima.
Fazem parte do Grupo 10 os seguintes sindicatos patronais:
FIESP (que representa pequenas e micro empresas)
SINDILUX (lâmpadas e aparelhos elétricos de iluminação)
SIFUMESP (funilaria e móveis de metal)
SINAEMO (artigos e equipamentos odontológicos, médicos e hospitalares)
SINARME (rolhas metálicas)
SIMDE (materiais de defesa)
SINDIREPA (reparação de veículos e acessórios)
SINDIMEC (mecânica)
SINDISUPER (proteção, tratamento e transformação de superfícies)
SIBAPEM (balanças, pesos e medidas).
Negociações pela FEM-CUT
Nos demais Grupos, a FEM-CUT/SP decidiu, em reunião extraordinária realizada na última terça-feira, 26, que os representantes patronais têm até o fim desta semana para dar retorno sobre a pauta de reivindicações da Campanha Salarial de 2023, especialmente referente ao índice de reajuste e a renovação das cláusulas sociais.
De acordo com a Federação, alguns grupos patronais aceitaram o reajuste salarial de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), de 4,06% acumulado desde a última data-base, o que não é o suficiente para os metalúrgicos, que reivindicam aumento real. Para pressionar os patrões, os sindicatos filiados seguem mobilizando a categoria com assembleias nas portas das fábricas.
A FEM-CUT/SP negocia a Campanha Salarial para cerca de 190 mil trabalhadores no Estado de São Paulo. Ao todo, a categoria tem cerca de 211 mil metalúrgicos, contando os trabalhadores das montadoras.