Uma semana depois de Sorocaba atingir a triste marca de mil mortes por Covid-19, na última sexta-feira, 26 de março, outras 121 pessoas perderam a vida por causa da doença no município. Desde o início da pandemia até a tarde desta sexta-feira, dia 2, foram confirmados 1.129 óbitos e 44.317 casos de Covid-19 na cidade.
No Estado de São Paulo – que começou o mês de abril registrando, a cada hora, 45 mortes e 1.106 casos de Covid-19 – a pandemia tem atingido recordes diários. Já são 75.734 vítimas fatais e 2.496.416 casos da doença em todo o Estado.
O Brasil bateu a marca de três mil mortos por Covid por dia na média móvel nesta quinta, 1, e já soma 325.559 óbitos por Covid-19 desde quando começou a pandemia. Somente nas últimas 24 horas, segundo levantamento do consórcio de veículos de imprensa, foram registradas 3.673 novas mortes.
Ao longo de mais de um ano de pandemia, especialistas tem afirmado que a única maneira de conter o crescimento de casos da doença e desafogar o sistema público e privada de saúde, que está em colapso, é unir o isolamento social à vacinação em massa.
“Mas, infelizmente, o que temos visto dos nossos governantes, especialmente os que fazem parte da base aliada do presidente Bolsonaro, são ações totalmente na contramão disso. Muitos, inclusive, incentivam aglomerações e negam a vacina. Outros, apostam em ações ineficazes, como no caso de Sorocaba com a antecipação parcial de feriados”, lamenta o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região, Leandro Soares.
Um grupo de cientistas, pesquisadores e economistas encaminhou, nesta quinta-feira, 1, uma carta aberta ao presidente da República, governadores e prefeitos de todo o país pedindo três semanas de lockdown e outras medidas para reverter o agravamento do quadro de Covid-19.
Segunda o movimento, a adoção dessas medidas, intitulada ‘Abril pela Vida’, deve vir acompanhada do auxílio emergencial, para garantir que o máximo de pessoas possa ficar em casa, em segurança.
“Sem a adoção das medidas, teremos pelo menos 22 mil mortes adicionais, e podemos nos deparar com o surgimento de novas variantes, além de acentuarmos a crise de saúde pública e falta de leitos de UTI”, afirma a carta.
Lockdown nas fábricas metalúrgicas
Há semanas, a diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos vem afirmando que apenas o lockdown pode conter a doença na pior fase da pandemia em que o país se encontra. A entidade, inclusive, pautou as empresas da categoria para negociar medidas como férias coletivas; compensação de dias; banco de horas e banco de dias para que o trabalhador possa ficar seguro em casa, com emprego e renda.
“É hora de parar para salvar vidas. E parar com responsabilidade, adotando ferramentas que garantam o emprego e a renda dos trabalhadores. Não temos mais como protelar nessa decisão, estamos diante de uma situação de vida ou morte”, defende Leandro.
E completa: “continuamos à disposição não só das empresas, como também do poder público, para colaborar com medidas de contenção à doença, desde que sejam efetivas e com o real objetivo de proteger os trabalhadores e seus familiares. Basta de colocar o lucro acima da vida”.