Os dirigentes dos sindicatos que compõem a FEM/CUT (Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT) realizaram novas rodadas de negociação da Campanha Salarial com o Grupo 3, Sindicel, Grupo 2 e Grupo 8.3.
Na segunda-feira, dia 9, a Federação recebeu na sede, em São Bernardo, os representantes patronais do G2 e G8.3. Na quarta passada, dia 4, a mesa de negociação com o G3 foi realizada no Sindicato dos Metalúrgicos de Itu. No dia 5, a reunião com o Sindicel foi na Faculdade Anhanguera de Pindamonhangaba.
O presidente da FEM/CUT, Luiz Carlos da Silva Dias, o Luizão, falou sobre as dificuldades enfrentadas nas negociações.
“Os patrões alegam que o problema do desemprego é em função dos salários ou dos benefícios pagos aos trabalhadores. Quando tem uma mensagem vinda do Governo Federal dizendo que os brasileiros vão ter que decidir se preferem empregos ou direitos, os representantes patronais se apropriam disso e dizem na Campanha Salarial a mesma coisa”, afirmou.
O dirigente contou que as negociações estão centradas nas cláusulas sociais. “As tratativas até agora estão se dando pelo cumprimento das Convenções Coletivas e um debate bastante duro em relação aos pisos salariais. As bancadas patronais têm insistido que o piso é um entrave para as discussões”, disse.
“Reforçamos que nem piso nem achatamento de salários resolvem nenhum problema. O que falta para o país é uma política industrial dos governos estadual e federal”, prosseguiu.
Com a divulgação do índice da inflação no período da Campanha Salarial, a expectativa é começar o debate sobre as propostas econômicas nas próximas rodadas de negociação. O INPC apurado no período é de 3,28%.
O coordenador de São Bernardo, Genildo Dias Pereira, o Gaúcho, que acompanha as negociações, lembrou que as bancadas patronais do G2, G3 e Sindicel têm Convenção Coletiva, assinada no ano passado, válida por dois anos.
“Mesmo que a pauta de negociação deste ano com esses grupos seja parcial, de cláusulas econômicas, os patrões insistem em mexer em cláusulas sociais. Nós reivindicamos a renovação da Convenção Coletiva até 2021, além da luta por reposição da inflação mais o aumento real”, disse.
Integrante do Conselho Fiscal da FEM/CUT e CSE na BCS, Maria Gilsa Conceição Macedo, afirmou que os patrões insistem em mexer em cláusulas já acordadas.
“A cobrança dos trabalhadores é pelo cumprimento da Convenção Coletiva e por avanços nesta Campanha Salarial. Por isso, os trabalhadores nas fábricas precisam estar mobilizados por um bom resultado das negociações”, chamou.
Esta semana estão marcadas novas rodadas de negociações com as bancadas patronais.
O tema da Campanha Salarial este ano é ‘Mais emprego, mais direito e mais salário’. Os eixos são: reposição integral da inflação mais aumento real; manutenção e a aplicação das Convenções Coletivas; respeito às entidades sindicais; contra o fim das NRs (Normas Regulamentadoras) e redução da jornada de trabalho sem redução de salário.
Negociações por bancadas patronais
Pauta cheia (negociação das cláusulas econômicas e sociais):
– Grupo 8.2 (Sicetel e Siescomet)
– Grupo 8.3 (Sinafer, Simefre e Siamfesp)
– Estamparia
– Grupo 10 (Fiesp e outros)
Pauta parcial (negociação das cláusulas econômicas). Grupos que assinaram a Convenção Coletiva, em 2018, com validade por dois anos:
– Grupo 2 (Sindimaq e Sinaees)
– Grupo 3 (Sindipeças, Sindiforja e Sinpa)
– Sindratar
– Sindicel
– Fundição