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Editorial

A Convenção é mais segura, une e consolida

O editorial da Folha Metalúrgica nº879, reforça a importância da Convenção Coletiva e afirma que o SMetal pretende resolver a Campanha Salarial de forma abrangente e segura; e não por acordos isolados

Imprensa SMetal
Glauco Góes
Está na hora dos patrões locais cobrarem a FIESP.

Está na hora dos patrões locais cobrarem a FIESP.

Este ano, mais do que os anteriores, patrões metalúrgicos vão tentar seduzir e calar os funcionários de suas empresas com acordos de antecipação da campanha salarial da categoria.

Antes da conclusão das negociações sobre a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), algumas empresas sempre adotam essa estratégia para isolar os trabalhadores da fábrica em relação à categoria. Este ano, com inflação baixa e às vésperas da reforma trabalhista entrar em vigor, essa abordagem patronal tende a aumentar.

Alguns patrões podem oferecer a reposição da inflação (1,73%) e, talvez, alguma migalha a mais para que os funcionários não participem das lutas coletivas da própria categoria. Nesses casos, qualquer garantia social a esses trabalhadores dependerá apenas da eventual assinatura da Convenção Coletiva no âmbito estadual. Convenção essa que só será conquistada com muita luta. Luta essa da qual os trabalhadores com acordo antecipado talvez sejam impedidos de participar.

Ainda que o acordo por fábrica oferecido pelo patrão, isoladamente, possa conter a maioria das cláusulas sociais da Convenção Coletiva, faltará o fundamental: a integração desses trabalhadores junto à categoria profissional da qual fazem parte.

O acordo por fábrica deve servir para complementar garantias previstas na CLT e na Convenção Coletiva; ou para tratar de propostas não previstas nesses dois outros instrumentos de regulamentação do trabalho. Os golpistas, porém, já aprovaram a destruição da CLT por meio da reforma trabalhista. E agora articulam também a invalidação da Convenção Coletiva, por meio da proliferação de acordos por fábrica.

Existe uma providência que o empresário realmente bem intencionado pode tomar para agilizar o desfecho da campanha salarial e provar que dá valor aos trabalhadores: interceder junto ao seu sindicato patronal para que atenda as reivindicações da Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT (FEM) e assine logo a Convenção Coletiva da categoria.

Muitos empresários de Sorocaba têm essa influência junto ao seu sindicato patronal e junto à Fiesp para cobrarem flexibilidade e agilidade por parte de seus representantes. Se não usam essa influência é porque não existe neles a boa intenção e a boa vontade que tentam aparentar quando oferecem acordos por fábrica em época de campanha salarial coletiva.

Os metalúrgicos de Sorocaba e região devem ter consciência da necessidade de se unir como categoria profissional neste grave momento que a classe trabalhadora vive no Brasil. A reforma trabalhista, por ferir preceitos básicos da Constituição, está sendo questionada na Justiça. Cabe aos trabalhadores, ao mesmo tempo, defenderem sua Convenção Coletiva.

A campanha salarial e a Convenção Coletiva não são por fábrica. São pela categoria inteira. O acordo por fábrica, no período de data-base, deve ser encarado como último recurso. Essas tratativas isoladas enfraquecem a categoria e o acordo tende a ter validade curta. Já a Convenção fortalece a categoria e consolida os direitos conquistados.

A Convenção é a garantia que você, como profissional, terá patamares básicos semelhantes de remuneração, condições de trabalho e direitos em qualquer indústria do setor no estado de São Paulo onde o Sindicato é filiado à CUT. Se você tem orgulho de sua profissão, ajude a defender a Convenção, portanto.

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