Busca
Busca
Direito da Mulher

Sindicalistas da CUT protocolam representação contra Marum no MP

No Dia Internacional da Não Violência contra a Mulher, 25, representantes de sindicatos filiados à CUT protocolaram uma representação no Ministério Público, em São Paulo, contra o promotor Jorge Marum

Imprensa SMetal - com informações da CUT/SP
Secom-CUT/SP

Representação foi protocolada no centro da capital paulista

No Dia Internacional da Não Violência contra a Mulher, 25, representantes de sindicatos filiados à CUT protocolaram uma representação no Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) contra o promotor de Justiça e professor de Sorocaba, Jorge Alberto Marum.

Há um mês, o promotor publicou no Facebook comentários relacionados a uma questão do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) sobre violência contra mulher (relembre o caso aqui).

No dia 25 de outubro, Marum postou que “mulher nasce uma baranga francesa que não toma banho, não usa sutiã e não se depila” e que “só depois é pervertida pelo capitalismo opressor e se torna mulher”, em referência à frase da filósofa francesa Simone de Beauvoir “não se nasce mulher, torna-se mulher”.

Segundo a secretária da Mulher Trabalhadora da CUT São Paulo, Ana Lúcia Firmino, a Central entrou com a representação para que a corregedoria do MP investigue a conduta do promotor. “Responsabilizar um representante do poder público é também uma forma de lutar contra a violência que muitas vezes se dá em tom de ironia, mas é considerada ‘menor’ por quem pratica”, afirma.

Além da apuração, a CUT São Paulo cobra também que o promotor não atue em qualquer promotoria relacionada a questões de Cidadania e Direitos Humanos.

No dia 29 de outubro, a OAB divulgou nota de repúdio contra o promotor. A Comissão da Mulher Advogada afirmou que os pronunciamentos de Marum desrespeitaram “a dignidade das mulheres”.

Também em nota assinada pela Procuradoria-Geral de Justiça (PGJ), pelo Núcleo de Gênero e pelo Grupo de Atuação Especial de Enfrentamento à Violência Doméstica (GEVID), representantes do poder público disseram que as ideias de Marum não correspondem aos ideais do MP.

A secretária de Comunicação da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria Têxtil, Couro e Calçado (CNTV-CUT), Márcia Viana, afirma ser inaceitável o comportamento do promotor. “O combate à violência se dá com o empoderamento das mulheres. Fizemos inúmeros protestos contra o desrespeito de Marum e ele continua sendo sarcástico, em nenhum momento ele reconheceu o erro”.

Para a secretária de Finanças do Sindicato dos Enfermeiros do Estado de São Paulo (Seesp), Josefa Bezerra do Vale, a fala do promotor representa um machismo velado na sociedade. “Há um poder masculino que se impõe sobre todas as relações de gênero. A ofensa começa com palavras, vai para agressão e, no limite, a violência termina com a morte de mulheres”, conclui.

tags
cut direito Enem facebook justiça Marcia viana marum minitério público mulher promotor Sorocaba violência
VEJA
TAMBÉM