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Sindicato vai contestar interdito da Justiça

O Sindicato juntará as dezenas de denúncias de atos de coação praticados pela Toyota na defesa judicial ao interdito proibitório conseguido pela montadora na última quinta-feira, dia 3

Imprensa SMetal
Foguinho/Imprensa SMetal

Sindicato convocou assembleia em frente a Toyota para votar continuidade de greve em seu quinto dia de paralisação

O Sindicato juntará as dezenas de denúncias de atos de coação praticados pela Toyota na defesa judicial ao interdito proibitório conseguido pela montadora na última quinta-feira, dia 3.

A entidade destaca que a paralisação é legal e seguiu todos os requisitos da Lei de Greve 7783/90.

Além disso, o departamento jurídico do Sindicato esclarece que a greve continua e que, ao contrário dos boatos ditos pelos chefes da montadora, somente quem pode determinar o fim da paralisação é o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de Campinas. Até o momento, porém, a legalidade da greve sequer foi questionada pela própria Toyota junto ao TRT.

Na última sexta-feira, um acordo entre Sindicato, Toyota e o Comando da Polícia Militar estabeleceu que as assembleias do primeiro e segundo turno devem ter duração de 40 minutos e, nesse período, os portões da fábrica devem ficar fechados. Já na entrada do turno administrativo, o prazo é de 30 minutos. O Sindicato tem respeitado esse acordo.

Toyota descumpre medida judicial e ameaça trabalhadores

Nos últimos dias, o Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região vem recebendo inúmeras denúncias de casos de pressão, coação e ameaças praticados pela chefia da Toyota contra os trabalhadores que aderiram à greve na montadora de Sorocaba.

Esses atos são ilegais e contrariam a decisão judicial publicada na semana passada de que “fica vedado à empresa adotar meios para constranger o empregado ao comparecimento ao trabalho”.

Conforme denúncias dos próprios trabalhadores feitas por telefone e e-mails, a empresa tem desrespeitado a liminar, coagindo os funcionários com telefonemas, tanto nos celulares quanto nas residências, espalhando boatos e fazendo ameaças arbitrárias de demissão.

A grande maioria das ligações da chefia, segundo as denúncias, tem sido feita a partir de números restritos. Porém, trabalhadores também apontam o recebimento de ligações feitas de DDD de Indaiatuba (cidade onde a Toyota também tem fábrica instalada).

Em vários dos contatos telefônicos, os chefes chegam a dizer claramente que “se o funcionário não retornar ao trabalho poderá sofrer retaliação ou até dispensa por justa causa”.

Os trabalhadores também denunciam que, além das ligações, os chefes têm deixado recados nos ônibus da firma de que “a greve acabou” e que os trabalhadores que não retornarem à linha de produção “serão demitidos”.

Até mesmo trabalhadores do setor administrativo denunciam que a empresa os obrigou a entrar na fábrica pela entrada de fornecedores, Portaria 5, e exigiu que engenheiros e analistas montassem os veículos na produção.

Manobra da empresa para alterar votação nesta segunda não funcionou

Cerca de 80% da produção da Toyota continua parada nesta segunda-feira, quinto dia de greve

Na assembleia da manhã desta segunda-feira, dia 7, a Toyota colocou os funcionários do setor administrativo, que não estavam em greve e entram para o trabalho às 8h, para votar junto com o pessoal da produção, às 6h.

Para o Sindicato, a empresa quis dar a impressão de que a votação da greve estava “dividida”, visto que o pessoal da ADM deveria votar em outro horário. Também ficou claro o objetivo de criar um clima de “esvaziamento” da greve, ao expor o pessoal da produção à imagem do setor administrativo entrando para a fábrica.

O Sindicato vai denunciar a atitude da Toyota à Justiça, pois ela fere a liminar judicial (chamada interdito proibitório), que coíbe constrangimentos da empresa contra os grevistas.
A manobra quebra também um acordo feito por sindicalistas e representantes da fábrica junto ao comando da Polícia Militar, que determina a realização de uma assembleia exclusiva com o pessoal administrativo, às 8h.

De qualquer forma, a manobra não deu o resultado que a empresa esperava. Os fura-greve foram minoria. A grande maioria da produção, corajosamente, manteve o movimento por melhorias.

Cerca de 80% da produção da fábrica permanece parada nesta segunda-feira.

Leia também neste informativo as denúncias de outras irregularidades praticadas pela empresa durante a greve e que farão parte da ação judicial do Sindicato.

Toyota já bate recorde de produção este ano

Apesar da negativa da Toyota em atender as reivindicações dos trabalhadores em Sorocaba, as vendas da montadora, inclusive do modelo Étios, vão muito bem. De janeiro a setembro deste ano já foram vendidos 127.774 veículos Toyota no Brasil.

Em todo o ano de 2012, foram emplacados 113.718 carros da montadora no país. “O resultado era, até então, o melhor da história da marca no Brasil”, comemora nota da Toyota à imprensa, disponível no site da montadora na internet.

Comparado com os nove primeiros meses de 2012, o resultado acumulado deste ano representa um crescimento de 96% nas vendas, visto que foram comercializados 64.937 veículos de janeiro a setembro do ano passado, contra os 127.774 deste ano.

O modelo Étios, hatch e sedã, foi o principal responsável pelo crescimento da montadora, com 48.166 carros vendidos em 2013 até setembro. Em seguida vem o Corolla, com 37.694 emplacamentos.

Vale ressaltar que essas informações são da própria Toyota, em sua página na internet.

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