A ZF confirmou investimento de mais R$ 30 milhões para fabricar em sua planta de Sorocaba duas novas transmissões automatizadas para caminhões: a TraXon para modelos pesados, como anunciado há dois anos, e a 9AS EcoTronic, para veículos médios e semipesados. As transmissões deverão ter aproximadamente 70% de componentes nacionais.
O anúncio foi feito pelo presidente da ZF na América do Sul, Wilson Bricio, durante o salão de veículos comerciais, que aconteceu em Hannover, na Alemanha, entre os dias 22 e 29 de setembro. Nesse mesmo evento, em 2014, a empresa tinha anunciado R$ 70 milhões para nacionalizar outro câmbio automatizado, o AS-Tronic, já em produção no Brasil.
Apesar do anúncio desses investimentos, a operação fabril não deverá gerar empregos, conforme a diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal). “A princípio, essa automatização é para buscar novos investimentos e clientes, mas não há previsão de geração de empregos, muito pelo contrário. Com o momento político e econômico atual, as montadoras deixaram de produzir e, com a queda no setor de caminhões, a produção da ZF foi impactada. Com a automatização, a empresa busca se tornar mais competitiva, mas ela pode trazer impactos negativos para o trabalhador, como a diminuição dos postos de trabalho”, afirma o secretário-geral do SMetal, Leandro Soares.
O presidente da empresa não fala em geração de emprego, porém destaca a influência da tecnologia na indústria. “A capacidade instalada de toda a cadeia automotiva é bem superior à realidade do mercado nacional. Na ZF, a situação não é diferente, e, por isso, grande parte dos investimentos foram voltados a alterações nas linhas produtivas existentes, que são altamente adaptáveis ao recebimento de produtos com um conteúdo tecnológico maior, como a TraXon e a 9AS EcoTronic”, diz Bricio.
Do investimento anunciado em 2014 para a instalação da linha de montagem da AS-Tronic e que posteriormente passaria a produzir a TraXon, de R$ 100 milhões, aproximadamente um terço destina-se agora aos investimentos necessários para localização da TraXon, como a aquisição de banco de testes, treinamentos, desenvolvimento de protótipos, entre outros.
A outra transmissão a ser nacionalizada é a automatizada EcoTronic, que consumirá um investimento adicional de até R$ 5 milhões por utilizar basicamente a mesma linha flexível de sua versão manual de nove marchas.