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ZF fará câmbio automático no Brasil

Empresa investirá R$ 100 milhões para nacionalizar AS-Tronic e TraXon

Automotive Business
Foguinho/Arquivo SMetal

A nova transmissão automática da ZF é mais avançada tecnologicamente e vem crescnedo no mercado automobilístico brasileiro

A ZF vai investir R$ 100 milhões para começar a fazer na fábrica de Sorocaba (SP) sua linha de transmissões automáticas para veículos comerciais. A confirmação do investimento foi feita na terça-feira, 23, por Wilson Bricio, presidente da companhia na América do Sul, durante o IAA Nutzfahzeuge, salão de veículos comerciais que acontece esta semana em Hannover, Alemanha. “Estamos cada vez mais aptos a introduzir no Brasil as tecnologias que desenvolvemos na Europa, até porque os projetos de caminhões e ônibus são parecidos e nossos clientes pedem essa localização”, afirmou Bricio.

Segundo o executivo, primeiro, a partir de janeiro de 2015, será nacionalizado a transmissão manual automatizada AS-Tronic, que a ZF já fornece em versões de 12 e 16 marchas importada da Alemanha para quatro fabricantes de caminhões no Brasil (Ford, Iveco, MAN/VW e DAF). Mas Bricio revela que já há mais um cliente na fila. “Introduzimos essa solução no País em 2006 e desde então o número de pedidos vem crescendo, especialmente para instalação em caminhões pesados”, diz. “Para ônibus já fazemos em Sorocaba a automatizada de seis marchas, que foi desenvolvida pela nossa engenharia local especificamente para o mercado brasileiro”, informa. A expectativa é que as caixas automatizadas atinjam em breve participação de 70% a 80% das vendas de transmissões para comerciais no Brasil.

Embora mais cara do que o câmbio manual, a automatização vem ganhando participação crescente na frota brasileira graças à economia de combustível (as trocas feitas com maior exatidão garantem mais eficiência), maior conforto do motorista e menor tempo de treinamento. Aliado à demanda em expansão, Bricio explica que as montadoras estão pedindo a nacionalização de componentes, tanto para atender os requisitos de financiamento do BNDES/Finame – que para concessão exige 60% de componentes nacionais em peso e valor – como também para atingir os níveis de compras nacionais previstos no Inovar-Auto, que concede abatimento de até 30 pontos porcentuais de IPI no valor das peças compradas no País. As duas forças juntas (preferência dos clientes e necessidade de nacionalizar) pavimentaram o caminho para a fabricação no Brasil.

Inicialmente, a AS-Tronic terá baixo conteúdo local, em torno de 30%, explica Bricio, porque o câmbio automatizado será uma solução intermediária, até a chegada da TraXon, a nova transmissão automática da ZF, mais avançada tecnologicamente, que começa a ser entregue a clientes europeus a partir de janeiro de 2015. No Brasil, a TraXon entra em produção no quarto trimestre de 2017, com cerca de 70% de componentes nacionais.

A TraXon é uma transmissão automatizada modular, que pode atender diversos tipos de aplicações. Com maior escalonamento de marchas e menor nível de ruído, a TraXon pode usar embreagem simples ou dupla – neste último caso com marchas longas para reduzir a rotação do motor e seu consumo em velocidade de cruzeiro nas rodovias, gerando economia extra de combustível em torno de 5% para caminhões rodoviário de rotas longas. A transmissão também pode receber conversor de torque para veículos fora-de-estrada ou o módulo híbrido, que combina o motor diesel com propulsão elétrica de 160 cavalos – solução que já está em testes na Europa. “Para o Brasil vamos trazer os módulos que os clientes pedirem”, esclarece Bricio.

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