A unidade fabril da ZF em Sorocaba deve iniciar a produção de duas novas linhas de eixos voltadas a máquinas da construção: Multisteer MS-B 3000 e Multitrac MT-B 3000. O anúncio da nacionalização desses modelos foi feito pela empresa nesta semana para atender exclusivamente ao setor de construção. Apesar dos novos produtos, não devem ser gerados novos postos de trabalho. Segundo a empresa, os eixos devem utilizar a linha de produção já existente, que está ociosa por conta da crise. A ZF não informa qual o montante a ser investido na unidade local.
Os novos produtos, junto com os modelos da linha de transmissões WG90, que são importados, foram apresentados ao mercado na M&T Expo 2015 9ª Feira e Congresso Internacionais de Equipamentos para Construção e na 7ª Feira e Congresso Internacionais de Equipamentos para Mineração, que termina neste sábado (13).
Paulo Vecchia, gerente de Vendas, Pós-Vendas e Projetos da ZF, aponta que o setor de construção representa o mercado de maior demanda de eixos no Brasil, com volume de produção aproximado de 10 mil retroescavadeiras por ano. Ou seja, são 20 mil eixos, dianteiros e traseiros. Esse mercado, segundo ele, atende a diversos pilares importantes da economia nacional. Entre eles, a construção civil de pequeno e grande porte, infraestrutura em geral e agrícola, onde existe a necessidade de máquinas versáteis.
“A quantidade de solicitações por conteúdo local foi um fator decisivo para que a ZF localizasse os eixos, que até então eram produzidos por outras plantas da empresa no exterior”, reforça ainda Silvio Furtado, diretor da Unidade de Tecnologia Industrial na América do Sul. Ele conta que a produção dos novos produtos está prevista para o terceiro trimestre deste ano. Para Furtado, isso representa mais um importante passo da ZF no mercado latino americano. Atualmente, a empresa 4.120 funcionários na América do Sul.
Absorvendo mão de obra
Com a nacionalização das linhas de eixos que estarão expostas na M&T Expo 2015, a ZF informa que espera estimular os negócios no segmento de máquinas de construção. A ZF avalia que possui um portfólio significativo de soluções voltados a este setor. Ainda segundo a empresa, outra pretensão é alavancar a participação de eixos ZF no segmento de retroescavadeiras na América do Sul e atuar com outros produtos para o mercado de máquinas de construção.
Apesar dos investimentos na planta de Sorocaba, cujos valores não são informados pela empresa, não deve haver geração de empregos. Em resposta ao jornal Cruzeiro do Sul, a empresa afirma que “tendo em vista o atual cenário de recessão e forte queda da produção industrial, afetando diretamente todos os segmentos automotivos em que a ZF atua, neste momento os novos produtos utilizarão uma linha de produção já existente”. Desse modo, complementa, a nova atividade deve absorver a mão de obra ociosa, “visando minimizar o impacto da crise”.