Segundo Stefan Sommer, presidente mundial do grupo ZF, a compra da TRW pela ZF é o maior investimento da história da companhia
A compra da TRW pela ZF por US$ 12,4 bilhões anunciada na semana passada cria instantaneamente um dos três maiores grupos mundiais de autopeças, com faturamento estimado de € 30 bilhões, ou US$ 41 bilhões.
“É a maior compra da história da empresa. Tomamos essa decisão porque queríamos preparar a ZF para o futuro além de 2015 e encontramos na TRW a complementação perfeita de produtos e mercados que precisávamos para isso”, disse Stefan Sommer, presidente mundial do grupo ZF, na terça-feira, 23, durante apresentação a jornalistas durante o IAA Nutzfahzeuge, salão de veículos comerciais que acontece esta semana em Hannover, Alemanha, reunindo fabricantes de todo o mundo e os principais fornecedores do setor.
Sommer elencou as razões da maior aquisição realizada em todo o setor automotivo este ano. Segundo ele, as duas empresas combinadas têm amplo portfólio de produtos complementares nos segmentos de chassi, eixos, equipamentos de segurança ativa, freios, direção e sistemas eletrônicos, que atendem à crescente demanda dos clientes pelo fornecimento de sistemas integrados. Ambas também combinam vultosos investimentos em pesquisa e desenvolvimento para acompanhar tendências tecnológicas em torno de US$ 1 bilhão por ano cada uma, que somados chegam a US$ 2,1 bilhões, com oito centros de P&D da ZF e 13 pistas de testes e 22 centros tecnológicos da TRW no mundo. As duas atuam tanto em segmentos de negócios de altos volumes como fornecem para clientes premium globalmente. Por fim (mas não menos importante), a junção praticamente dobrará o faturamento em dois mercados-chave, Estados Unidos (de US$ 3,9 bilhões para US$ 9 bilhões) e China (de US$ 2,8 bilhões para US$ 5,5 bilhões), mantendo cerca de metade das vendas na Europa.
Na América do Sul, Sommer estima que as vendas das duas empresas juntas em breve ultrapassará a marca de € 1 bilhão. “Também temos um forte portfólio a juntar na região, especialmente no Brasil”, afirmou. “Teremos uma empresa com presença mundial forte em todas as regiões”, completou.
De acordo com Sommer, o nome da companhia continuará a ser ZF. “Ainda vamos avaliar o valor de cada marca para decidir onde e como vamos manter ZF e TRW”, explicou.
Ao mesmo tempo em que faz a compra da TRW, Sommer confirmou que a ZF se desfaz da sociedade de 50% que mantinha com a Bosch na ZF Lenksysteme, que produz sistemas de direção e, portanto, é concorrente da TRW nesse segmento. “Com a aquisição aceleramos nossa decisão de terminar a joint venture, porque entendemos que a partir de agora temos chances melhores de desenvolver nossos produtos de maneira independente. Será vantagem para ZF e Bosch”, disse o executivo.
RESULTADOS
Sommer aproveitou para informar o desempenho preliminar da ZF neste ano. De janeiro a agosto, a companhia somou faturamento global de € 12 bilhões, 10% maior do que o apurado no mesmo período de 2013. Para 2014 inteiro, a projeção é atingir vendas de € 18 bilhões, em torno de 6% acima do ano passado. “Continuamos em firme rota de crescimento nos maiores mercados do mundo, com expressivo avanço de 30% na América do Norte, 26% na Ásia-Pacífico e 7% na Europa. Os únicos resultados destoantes são a queda de 31% na África e 24% na América do Sul, onde a expansão dos negócios no Brasil foi decepcionante”, avaliou.
