A Volkswagen espera crescimento de até 4% do mercado brasileiro de carros e comerciais leves em 2015, uma perspectiva um pouco mais otimista que a divulgada por rivais nesta terça-feira (28).
A montadora alemã avalia que no cenário otimista o mercado terá expansão em 2015 de 3 a 4%, enquanto a perspectiva pessimista engloba vendas estáveis sobre este ano, disse o presidente da Volkswagen para o Brasil, Thomas Schmall, no salão do automóvel de São Paulo.
Colegas de Schmall em montadoras como Fiat, Renault, Honda, Ford e GM disseram mais cedo esperar um 2015 estável sobre 2014, que caminha para o segundo ano seguido de queda nas vendas.
Schmall evitou comentar números específicos da Volkswagen, mas disse que o mercado interno deve ter vendas abaixo de 3,4 milhões de veículos leves, abaixo das 3,6 milhões de 2013.
O plano de Volkswagen é de investir 10 bilhões de reais no país entre 2012 e 2018. Parte dos recursos vai para modernização de fábricas e renovação de modelos da empresa, que este ano foi forçada a parar de produzir a Kombi e o Gol G4 por mudanças na legislação, que obrigou as montadoras a instalarem itens de segurança como airbags em seus carros.
Novidade
A montadora alemã apresentou no salão versões do Golf, incluindo de motorização híbrida, além do compacto Cross up e do veiculo conceito T ROC, utilitário esportivo compacto inspirado no Golf e que poderá reforçar a linha de SUVs da marca no país.
Schmall não comentou a expectativa da Volkswagen sobre eventual aumento do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) no início de 2015, mas comentou que o governo federal precisará adotar medidas para compensar uma possível consequente queda mais acentuada das vendas, como incentivos às exportações.
“O que incentiva mais rápido o mercado é financiamento é renovação de frota. Isso funcionou na Europa e nos Estados Unidos”, disse o executivo, acrescentando que o estoque de veículos do setor hoje “está altíssimo”.
“Precisamos de ideias sobre como os bancos poderão reduzir o custo do financiamento”, disse Schmall, quando perguntado sobre as medidas que poderiam ser tomadas pelo governo reeleito de Dilma Rousseff para reanimar um setor responsável por cerca de 25% do PIB industrial do país.
O executivo também defendeu flexibilização da legislação sobre layoff, que permite cinco meses de suspensão de contratos de trabalho. Ele comentou que a Volkswagen ainda tem medidas de ajustes de produção que poderão ser tomadas para enfrentar os fracos meses de janeiro e fevereiro do próximo ano.
“Ainda temos flexibilidade (para manutenção de empregos), mas temos que tomar cuidado para não esgotar as ferramentas antes do mercado se recuperar”, afirmou.