Protetor auricular, luvas e óculos de proteção são alguns dos mais conhecidos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), que se referem a todo dispositivo ou produto de uso individual destinado à proteção contra riscos à segurança e saúde no trabalho.
Determinados pela Norma Regulamentadora nº 6 (NR-6), que foi atualizada diversas vezes, os EPIs são certificados pelo Ministério do Trabalho e Emprego para serem considerados efetivos.
Segundo a NR-6, os empregadores são obrigados a fornecer, de forma gratuita, os equipamentos, que devem ser adequados aos graus de risco de cada atividade. A empresa também deve garantir treinamento e que esteja sempre adequado para o seu uso.
Por sua vez, os trabalhadores devem sempre utilizar os EPIs, de acordo com o grau de risco de suas funções. Os equipamentos podem impedir acidentes ou mesmo o desenvolvimento de doenças laborais, em médio e longo prazo.
O chefe regional de fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Ubiratan Vieira, conta um caso que demonstra a importância da utilização dos EPIs. Um trabalhador faleceu por asfixia em um tanque de produtos químicos e não estava utilizando máscara adequada.
“O trabalhador deve exigir o EPI. E se não tiver isso, ele deve denunciar e, por exemplo, exigir que a CIPAA mostre para os demais trabalhadores onde estão os perigos da empresa”, afirma Ubiratan.
A CIPAA é a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e Assédio e é composta por trabalhadores.
Confira tipos comuns de EPI
- Proteção auditiva: abafadores de ruídos, protetores auriculares.
- Proteção respiratória: máscaras, filtros.
- Proteção visual e facial: óculos, viseiras.
- Proteção da cabeça: capacetes.
- Proteção de mãos e braços: luvas, mangotes.
- Proteção de pernas e pés: sapatos, botas.
- Proteção contra quedas: cintos de segurança
“Estava com todos EPI’s necessários e nem isso salvou de eu ficar paraplégico”, diz metalúrgico
O dirigente do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal) e responsável pelo Departamento de Saúde do Sindicato, Antônio Welber Filho (Bizu), ressalta que, nem sempre, o uso do EPI evita um acidente, mas pode reduzir os impactos.
“Defendemos também o uso dos Equipamentos de Proteção Coletivo, além de uma atenção aos dispositivos de segurança das máquinas, que precisam estar dentro da sua funcionalidade. Por isso, cobrem os seus gestores diretos e a empresa”, afirma o dirigente.
O trabalhador metalúrgico Antônio Marcos Roi de Almeida Jesus, ou apenas Roi, sofreu um acidente de trabalho aos 23 anos e ficou paraplégico após ter seu corpo paralisado debaixo de uma peça. Conheça a história do metalúrgico no episódio do especial “Quando um acidente de trabalho atravessa a vida”, uma série de cinco vídeos produzidos pelo SMetal.
Semana de prevenção de acidentes
O dia 27 de julho marca o Dia Nacional de Prevenção de Acidentes de Trabalho e, por isso, ao longo desta semana o SMetal está divulgando uma série de conteúdos sobre o tema.
De janeiro a junho deste ano, foram pelo menos 168 casos de acidente no ramo metalúrgico na região de Sorocaba, com base nas Comunicações de Acidente de Trabalho (CATs) recebidos pelo SMetal. Sem contar as famílias dessas vítimas, que têm suas vidas transformadas no pior sentido possível.
Se considerados outros setores da economia, informações do MTE dão conta que as mortes por acidentes de trabalho aumentaram em 150%, no primeiro semestre deste ano, comparado com o mesmo período de 2023 em Sorocaba. Até julho, foram 20 casos registrados.
Em caso de ambiente inseguro ou inadequado, os metalúrgicos podem realizar denúncia anônima no site do SMetal ou entrar em contato por meio do WhatsApp: (15) 99714-9534.