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Sessão Solene

Vestuário lança projeto contra o trabalho precário e infantil

O projeto dá visibilidade para a necessidade de políticas públicas para o trabalho decente e consumo consciente

Imprensa SMetal
Foguinho/ Imprensa SMetal
o projeto tem duração de 12 meses e a prestação de contas será realizada na Câmara Municipal

o projeto tem duração de 12 meses e a prestação de contas será realizada na Câmara Municipal

Na manhã desta sexta-feira, dia 30,o Sindicato dos Trabalhadores do Vestuário de Sorocaba e região fez o lançamento do projeto “Estar na Moda é Combater o Trabalho Precário e Infantil na Indústria da Moda”, em sessão solene na Câmara Municipal de Sorocaba.

O projeto conta com o apoio do Instituto C&A , em edital promovido pelo Edital Fundo Brasil, para que o sindicato possa desenvolver ações para o enfrentamento do trabalho precário, em especial às costureiras em seus domicílios, com jornadas exaustivas que por diversas vezes utilizam seus filhos menores para cumprirem as exigências das empresas que as subcontratam.

Na abertura da sessão, o vereador Francisco França lembrou o engajamento de seu mandato em defesa dos trabalhadores. “Hoje estamos empunhando mais uma dessas bandeiras, que remontam dos primórdios, que é o combate ao trabalho precário e infantil. É uma chaga social que ainda precisa ser combatida”, afirmou, destacando a satisfação em apoiar o premiado projeto “de grande importância ética, social e humanitária”, como frisou.

A assessora do Sindicato Fernanda Moreira abordou a atuação do sindicato que representa 2.664 trabalhadores, em 96 confecções, sendo 74% mulheres. Lembrou que historicamente Sorocaba e Votorantim foi polo de grandes indústrias do setor têxtil e que a desregulamentação e mudanças no setor levaram ao fechamento de grande e médias empresas, transferindo a atividade para o ambiente doméstico, onde não há fiscalização.

“Essa iniciativa é relevante por Sorocaba, principalmente por ser uma dos 100 cidades do Brasil com altos índices de trabalho infantil”, destacou o procurador Juliano Ferreira. Para ele, o projeto é importante também por trazer esse debate à sociedade, com a conscientização dos trabalhadores e trabalhadoras do ramo do vestuário. Ele pontuou que ainda existem muitos mitos e estigmas sobre o trabalho infantil, como achar que criança trabalhar é melhor que estar nas drogas, “mas não enxergam a terceira via, que e a do estudo”.

O desembargador e presidente do Fórum de Combate ao Trabalho Infantil e Estímulo à Aprendizagem, João Batista Martins César, enfatizou que trabalhar cedo não é bom. “A maioria dos adolescentes, que estão na Fundação Casa, começaram a trabalhar precocemente”. Ele lembrou também que o Direito do Trabalho nasceu das lutas do movimento sindical. “A sociedade brasileira precisa se conscientizar de que precisamos caminhar para um trabalho digno, decente e lembrar que as Organizações Unidas, estabeleceu metas para um mundo inclusivo, sustentável e com trabalho decente para todos, reforçando a necessidade de se tomar medidas para acabar com a escravidão moderna”.

Entre os dados abordados pelo desembargador está o de que nos últimos 10 anos mais de 200 crianças morreram e houve mais de 40 mil acidentes de trabalho envolvendo crianças.

Para finalizar, a presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Vestuário, Paula Proença frisou que mesmo diante o tremendo retrocesso em que a sociedade vive, “continuamos nas ruas e na luta porque sindicato forte é de luta e é por isso, que estamos aqui”.

Além de Francisco França, que presidiu a sessão, compuseram a mesa de honra as seguintes autoridades: o desembargador do TRT da 15ª Região e presidente do Fórum de Combate ao Trabalho Infantil e Estímulo à Aprendizagem, João Batista Martins César; secretário de Igualdade e Assistência Social, Paulo Soranz; presidente do sindicato Paula Proença, procurador do Ministério Público do Trabalho, Juliano Alexandre Ferreira; a presidente do Conselho Municipal da Criança e Adolescente; Angélica Lacerda, e Cida Trajano, da Confederação do Ramo do Vestuário e diretora executiva da Central Única dos Trabalhadores (CUT).

O projeto

Foguinho/ Imprensa SMetal
Elaine Buzato e Valter da Cia Tempo de Brincar apresentaram-se na sessão solene

Elaine Buzato e Valter da Cia Tempo de Brincar apresentaram-se na sessão solene

O sindicato dos Trabalhadores na Indústria do Vestuario conta com uma direção de 12 mulheres, na defesa da igualdade de gênero na vida e locais de trabalho, representando a categoria na luta por melhores condições de vida, salário e condições do trabalho.

Com duração de doze meses, o Projeto “Estar na Moda é Combater o Trabalho Precário e Infantil” propõe o diálogo com empresas, sociedade e trabalhadores sobre a importância de enfrentamento do trabalho precário e em especial infantil na indústria da moda. O projeto prevê a realização de debates e estratégias de confrontar o problema. A presidente do sindicato, Paula Proença lembrou que a proposta foi selecionada entre mais de cem iniciativas no país. “Esse lançamento é apenas o início entre várias etapas que vão acontecer e espero contar com a colaboração de todos”, disse.

Outros depoimentos:

“Parabenizo pelo esforço de fazer a passagem de u trabalho análogo à escravidão para um trabalho digno.” Cida Trajano

“Que possamos construir a formação de nossas crianças, que todos que, de alguma forma, são engajados, lembrem-se sempre que o futuro é hoje e quando vimos uma criança em trabalho infantil nos movimento em atitudes e ações para que ela se desenvolva” Angélica Lacerda

“Apesar de todos os ataques que os movimentos populares e os movimentos sindicais sofrem, esse projeto mostra o quanto essas organizações são fundamentais para se buscar a cidadania e a dignidade das pessoas” Paulo Soranz

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combate fernanda infantil Moreira Paula Proença precário projeto sindicato trabalho Vestuário
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