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Palavra da Diretoria

Unidos na comoção

Não precisávamos do sofrimento adicional de ser submetidos à falta de sensibilidade e de escrúpulos de alguns veículos de comunicação golpistas

Imprensa SMetal

Diretoria e funcionários do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região compartilham dos sentimentos de comoção e luto que atingem a imensa maioria dos brasileiros desde a tragédia que tirou a vida de mais de 230 pessoas e feriu dezenas de outras no último domingo, 27, em Santa Maria (RS).

O número oficial de mortos, até o início da noite de terça, 29, era de 234 pessoas, a maioria jovens. Cerca de 80 feridos ainda estavam internados, sendo 40 em estado grave, respirando por ventilação mecânica.

Certamente a categoria metalúrgica na região de Sorocaba, formada por 43 mil trabalhadores, com seu inegável histórico de solidariedade e fraternidade, está tão abalada com o incidente quanto seus representantes sindicais.

Isso, por si só, justifica a utilização deste espaço para registro da consternação de um caso que abalou o Brasil e gerou repercussão internacional, fazendo a sociedade ao menos debater o assunto da segurança em boates e outros locais fechados de grande concentração de pessoas.

As responsabilidades pelo incêndio e pela sucessão de erros na boate Kiss, onde ocorreu a tragédia, ainda estão sendo apuradas. Embora algumas culpas possam parecer óbvias, como as dos donos da boate e as ordens dadas a seus funcionários, a gravidade do ocorrido exige responsabilidade também de quem emite opinião sobre o caso, sob o risco de condenar pessoas de forma generalizada, banal e irresponsável.

Infelizmente, a maioria da chamada “grande imprensa” tem cumprido o papel desumano, oportunista e especulativo nesse episódio, que não precisava de sensacionalismo para torná-lo dramático.

A veiculação de notícias 24h por dia a qualquer custo, em toda a programação da TV, as inacreditáveis consultas a todo tipo de “especialistas” arrumados pela mídia para preencher espaços editoriais, as entrevistas com qualquer pessoa que tenha alguma opinião sobre o assunto não ajudaram em nada a elucidar o caso, muito menos contribuem para minimizar a imensa dor de familiares e amigos das vítimas.

Nas horas e dias que se seguiram à tragédia, raramente se via informação objetiva sobre o assunto, como a relação de nomes das vítimas, os hospitais onde estavam os feridos e os boletins médicos sobre essas pessoas internadas. Enfim, informações que realmente orientassem a população.

O que se viu, por parte da Globo, da Folha de São Paulo e de blogueiros da revista Veja, por exemplo, foram sensacionalismo repugnante e uma tentativa ordinária de “politizar” a tragédia para desgastar a presidenta Dilma Rousseff e o PT.

A perda de tantas vidas já é motivo suficiente de tristeza. Não precisávamos do sofrimento adicional de ser submetidos à falta de sensibilidade e de escrúpulos de alguns veículos de comunicação golpistas.

Infelizmente, a má escola dessa mídia tem feito adeptos nas redes sociais, como o Facebook, que domingo e segunda-feira ficaram abarrotadas de humor macabro, comentários de mau gosto e acusações levianas com base em notícias disseminadas, como se fossem verdades absolutas, pelos mesmos “grandes” veículos que exploraram a tragédia humana nos últimos dias.

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