A matéria-prima de trabalho de um sindicato é o trabalhador. Isso significa que toda e qualquer ação e negociação das entidades sindicais devem ser conduzidas pelos interesses de sua categoria. Portanto, é fundamental entender quais são as necessidades desses trabalhadores. Sobretudo, é preciso conhecer o perfil dessas pessoas.
Completando 70 anos de fundação, o SMetal se orgulha do impacto de sua categoria. Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a base é composta por mais de 46 mil trabalhadores, de acordo com dados do Caged de fevereiro de 2024. Sendo que 79,76% são homens e 20,24% são mulheres.
Outro dado sobre o perfil da categoria é a divisão regional de atuação. Além de Sorocaba, o SMetal também representa trabalhadores em outras 13 cidades. Cerca de 19% estão empregados em empresas da região e a grande maioria dos metalúrgicos trabalha em Sorocaba (80,29%).
Mas o que o trabalho metalúrgico tem a ver com a economia geral de Sorocaba? Os especialistas do segmento usam o termo “efeito multiplicador” para explicar a capacidade que a indústria tem de transformar bens e serviços, além de agregar valor aos seus produtos.
“No aniversário de 70 anos de fundação da nossa entidade sindical, é crucial refletirmos sobre a conexão entre o trabalho metalúrgico e o progresso econômico de Sorocaba. Uma vez que, por meio das negociações do Sindicato e do trabalho árduo dos metalúrgicos, existe um impacto virtuoso na cadeia econômica”, afirma o presidente do SMetal, Leandro Soares.
O impacto do trabalho metalúrgico no PIB
O Produto Interno Bruto (PIB) da cidade também é diretamente afetado pelo trabalho do metalúrgico e da metalúrgica.
Apesar do cenário positivo, e que mostra a relevância dos metalúrgicos, o comparativo preocupa. Isso porque, em 2007, durante o segundo mandato de Lula (PT), a indústria representava 32,75% do PIB da cidade.
Para o secretário-geral do SMetal, Silvio Ferreira, a queda do PIB tem relação com impactos das questões políticas. “Essa questão foi acentuada durante o impeachment da ex-presidente Dilma, o governo Temer e as políticas adotadas por Bolsonaro. É fundamental reconhecermos a relação entre esses momentos políticos e o enfraquecimento do setor industrial”, disse.
Na concepção dele, esses fatos reforçam a necessidade urgente de uma mudança de rumo e de políticas que realmente priorizem a recuperação e o fortalecimento da indústria nacional. “É hora de focarmos na reindustrialização e em programas que fortaleçam a indústria. Até porque tudo isso impacta nossa categoria e a população nas cidades, com mais empregos e renda”, finaliza Silvio.