Treze ambulâncias, sendo três delas do Samu, que prestam atendimento de urgência e emergência, encontram-se depositadas na Divisão de Manutenção de Frota da prefeitura de Sorocaba, sem prestar atendimento à população.
No mesmo local estão depositados a céu aberto, e nas mais diversas condições, 110 veículos, que caberiam ao atendimento e trabalho da fiscalização municipal, guarda civil, transporte escolar, coleta seletiva e combate à dengue, entre outros. Muitos deles em estado de abandono e enferrujados.
A constatação foi feita pela Comissão de Saúde Pública da Câmara Municipal na manhã desta sexta-feira, dia 12, em vistoria surpresa no local, localizado na zona leste da cidade.
A visita da Comissão, composta pelos vereadores Izídio de Brito (PT), presidente, pastor Apolo (PSB), relator, e Fernando Dini (PMDB), foi agendada após recebimento de reclamações e denúncias sobre a falta de veículos no serviço e de carros quebrados.
De acordo com diretor de área da Secretaria Municipal de Administração, Edinaldo Souto Proença, a “maioria dos carros foram repostos”, mas não soube informar quantos. Ele afirma que o problema, quanto às ambulâncias, não está no déficit de veículo, mas sim “no filtro”, pela falta de uma regulação operacional na oferta das unidades aos pacientes.
Ainda segundo Proença, a prefeitura de Sorocaba tem, ao todo, cerca de 500 veículos e 110 deles (22% da frota) estão parados.
O diretor afirma ainda que do total de veículos lá encontrados, 50 aguardam manutenção e cerca de 60 estão em fase de preparação para leilão que, segundo ele, acontece quando a manutenção ou conserto são mais caros que o valor do veículo.
Dengue e Castra Móvel
Sem coberturas e em estado de abandono, muitos dos veículos depositados na Divisão foram encontrados com acúmulo de água parada, principalmente nos caminhões e carros que aparentavam estar no local há mais tempo.
Ainda no local, os vereadores localizaram depositado o veículo do Castra Móvel, uma unidade móvel que iria realizar castrações gratuitas de cães e gatos em diversos pontos da cidade. O programa foi lançado pela prefeitura em outubro do ano passado, mas os serviços ainda não foram iniciados.
Soluções
“Viemos fazer uma levantamento do real tamanho desse serviço e o que encontramos foi falta de investimentos na infraestrutura, na oficina, na logística de funcionamento, na ampliação da equipe, enfim, há muito que se fazer e nós vamos cobrar”, explica o vereador Izídio, presidente da Comissão.
O vereador Fernando Dini ressalta que o intuito da vistoria surpresa era ter dimensão do déficit específico no serviço da saúde, “mas o que há é uma dezena de carros parados que poderiam estar garantindo transporte escolar para as crianças, segurança aos moradores, fiscalização e qualidade de vida para muitos sorocabanos”.
De acordo com o relator da Comissão, vereador pastor Apolo, os trabalhos visam a garantia de que esses veículos sejam utilizados em prol da população. Ele afirma que o relatório da vistoria, com fotos anexas às informações, será entregue à prefeitura e órgãos competentes, cobrando informações sobre a frota e as devidas providências.