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Estado de greve

Trabalhadores x patrões: compare as propostas da Campanha Salarial 2023

Reivindicação da categoria é a reposição da inflação (4,06%) mais 2% de aumento real nos salários e renovação das cláusulas sociais; confira o que foi apresentado até o momento

Imprensa SMetal
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Os metalúrgicos de Sorocaba e região aprovaram encaminhamento de greve ou de negociação por empresa se a reivindicação por aumento real não for atendida

Em assembleia geral realizada na última sexta-feira, dia 6, os trabalhadores representados pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal) decidiram que não aceitam nada menos que a reposição total da inflação (de 4,06%) mais 2% de aumento real nos salários na Campanha Salarial de 2023. Além disso, a categoria exige a renovação da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) e ampliação das cláusulas sociais.

No encontro, os representantes sindicais apresentaram as propostas econômicas de cada um dos grupos patronais – todas foram rejeitadas por não atender à pauta de reivindicação da categoria, aprovada pelos trabalhadores e protocolada pela FEM-CUT/SP em julho de 2023.

Em contrapartida, os trabalhadores de Sorocaba e região aprovaram o encaminhamento de greve ou de negociação por empresa se a reivindicação por aumento real e renovação dos direitos da CCT não for atendida. A decisão é válida para as empresas de todas as bancadas patronais, inclusive do antigo Grupo 10, na qual as negociações já ocorrem de forma individual.

Confira abaixo as propostas apresentadas pelos patrões até o momento, que foram rejeitadas pelos metalúrgicos:

G2 – SINDIMAQ (máquinas e equipamentos) e SINAEES (aparelhos elétricos e eletrônicos)
– Reajuste somente do INPC (de 4,06%) e continua com as negociações.
EMPRESAS: CNH, METSO, FLEX, CLARIOS, JCB, ETC

G3 – SINDIPEÇAS (autopeças), SINPA (porca e parafusos) e SINDIFORJA (forjarias)
– Reajuste somente do INPC (de 4,06%) nos salários, no teto e nos pisos salariais; manutenção do piso de entrada. Continuam dispostos ao diálogo
– Renovação das cláusulas sociais até 2025
EMPRESAS: ZF, BOSCH, SCHAEFFLER, KANJIKO, GESTAMP, EDSCHA, GK 108, MOTO PEÇAS, SCHERDEL, METALAC, ETC

G8.1 – SINDICEL
– INPC (de 4,06%) mais 0,5% (meio por cento) de aumento real.
EMPRESAS: PRYSMIAN, CONDEX, FURUKAWA, ETC.

G8.2 – SICETEL (trefilação e laminações de metais)
– Arredondamento para 4,5% de reajuste nos salários, no teto e nos pisos salariais;
Incluir na cláusula que trata das férias, o direito de a empresa conceder férias individuais ou coletivas sem precisar que o trabalhador esteja com o período aquisitivo completo.
– Renovação das cláusulas sociais por 2 anos, mantendo integralmente a redação atual.
EMPRESAS: GERDAU, INTACTA, ETC.

G8.2 – SIESCOMET (esquadrias e construções metálicas)
– Aumento de 4,56% só nos pisos; reajuste pelo INPC (de 4,06%) nos demais salários e de 2,28% no teto salarial
– Renovação das cláusulas sociais por um ano, mantendo integralmente a redação atual
EMPRESAS: WHITE MARTINS, INDEX. ETC.

G8.3 – SINAFER (ferros, metais e ferramentas), SIAMFESP (artefatos de metais não ferrosos) e SIMEFRE (equipamentos ferroviários e rodoviários)
– 4,56% de reajuste nos salários, no teto e nos pisos salariais.
– Renovação das cláusulas sociais por 1 ano, mantendo integralmente a redação atual.
EMPRESAS: APEX TOOL, VMX, I TURN PARTS, BRAFER, FLASH SISTEMAS, YKK, WYDA, HURTH INFER, ETC.

SINIEM (ESTAMPARIA)
– Reajuste somente do INPC (de 4,06%), colocado como única proposta e ponto final.
– Renovação das cláusulas sociais por um ano, mantendo integralmente a redação atual
EMPRESAS: TEC STAMP, IMELUX, ETC.

SIAMFESP
– Rachou com o G8.III (não apresentou proposta e sumiu)

SIFESP (FUNDIÇÃO)
– Quer manter o piso de entrada;
– Reajuste de 4,30% e continua aberto ao diálogo.
– Renovação das cláusulas sociais por 2 anos, com alguns avanços nos seguintes itens: Garantia de emprego à gestante; Direitos da empregada em situação de violência doméstica; Ausência justificada e contratos intermitentes.
EMPRESAS: METALUR, METALEX, VICFER, MG FUNDIÇÃO. ETC.

SINDRATAR (refrigeração, aquecimento e tratamento de ar)
• Reajuste de 5% nos salários, no teto e nos pisos salariais; cláusulas econômicas com vigência de 1 ano;
• Renovação das cláusulas sociais por 2 anos, com a inclusão da cláusula que prevê que o afastamento da empregada, a título de licença maternidade, não prejudicará o plano de carreira, bem como o plano de cargo e salário.
EMPRESAS: TERMO TEC, JET MAQ, KM MANUTENÇÃO, ETC.

PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS (antigo Grupo 10) – REPRESENTADAS PELA FIESP (pequenas e micro empresas); SINDILUX (lâmpadas e aparelhos elétricos de iluminação); SIFUMESP (funilaria e móveis de metal); SINAEMO (artigos e equipamentos odontológicos, médicos e hospitalares); SINARME (rolhas metálicas); SIMDE (materiais de defesa); SINDIREPA (reparação de veículos e acessórios); SINDIMEC (mecânica); SINDISUPER (proteção, tratamento e transformação de superfícies) e SIBAPEM (balanças, pesos e medidas).
– Negociações individuais, nesses casos será realizado um ACT (Acordo Coletivo de Trabalho) por empresa.
EMPRESAS: DENTAL MORELLI, NIPRO, REV, ETC.

Enquanto isso, a Federação Estadual dos Metalúrgicos e o SMetal reivindicam:

CLÁUSULAS ECONÔMICAS
– Valorização dos pisos salariais com aumento real diferenciado, bem como, aumento nos TETOS salariais e nos demais salários pelo INPC integral, acrescidos de aumento real em índice a ser a

presentado no decorrer das negociações;
– Cláusulas econômicas e a cláusula do seguro de vida e auxílio funeral com vigência por um ano;
– Renovação das demais cláusulas sociais com vigência por dois anos, e extinção do piso salarial de admissão / ingresso/ ou piso de entrada.

CLÁUSULAS SOCIAIS
– Renovação das cláusulas sociais pré-existentes;
– Respeito às CIPAS e a legislação de segurança do trabalho; observância ao Programa de Alimentação do Trabalhador;
– Melhorias nas cláusulas de auxílio creche; licença maternidade; ausências justificadas; proteção da mulher vítima de violência doméstica; igualdade de oportunidades;
– Obrigatoriedade do seguro de vida;
– Homologações das rescisões contratuais de trabalho; extinção dos contratos intermitentes na categoria e moralização dos contratos terceirizados;
– Ultratividade das Normas Coletivas; percentuais de horas extras;
– Cota de custeio ou contribuições inerentes às despesas da negociação coletiva; multa maior por descumprimento das empresas no tocante às cláusulas da norma coletiva;
– Isonomia coletiva dos PPRs;
– Redução da Jornada de Trabalho para 40 horas semanais, sem redução de salário.

A FEM-CUT/SP negocia a Campanha Salarial para cerca de 190 mil trabalhadores no Estado de São Paulo. Ao todo, a categoria tem cerca de 211 mil metalúrgicos, contando os trabalhadores das montadoras.

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