Apesar de preocupados com a falta de perspectiva de resolução dos problemas, os trabalhadores não perdem a disposição de luta
São pelo menos 3 anos sem depósito do FGTS, atrasos de salários recorrentes e mesmo com negociações e parcelamentos na Caixa Econômica Federal, a Karmann Ghia não cumpre o compromisso com os trabalhadores.
Depois de 5 meses sem salários e com a ameaça de retirada dos equipamentos da planta da empresa, os trabalhadores decidiram ocupar a Karmann Ghia. Valter Saturnino Pereira, o Valtinho, coordenador do Comitê Sindical da Empresa disse que nunca imaginou passar por uma situação dessas: – “São 20 anos de Karmann Ghia. Nunca imaginei passar por isso. Tenho filhos e netos que dependem desse emprego aqui na fábrica.
Em solidariedade aos trabalhadores e trabalhadoras na Karmann Ghia, a FEM- CUT/ SP e os sindicatos filiados doaram cerca de 2 mil litros de leite e 5 mil pacotes de fraldas, além de outros itens. – “Nós sabemos que essa doação não vai resolver o problema dos trabalhadores. Essa doação é uma questão de solidariedade e humanidade e de entender a dificuldade. Nós viemos aqui hoje porque sabemos que 40 minutos, 1 hora que ficamos aqui conversando com vocês pode fazer a diferença”. Disse Luiz Carlos da Silva Dias, o Luizão, presidente da FEM- CUT/SP.
Apesar de preocupados com a falta de perspectiva de resolução dos problemas, os trabalhadores não perdem a disposição de luta: “A Karmann Ghia só acaba no dia que nós, trabalhadores na Karmann Ghia nos acovardarmos, ai sim ela vai acabar. Não tem outro caminho, ou é a vitória ou é a vitória”. Conclui Valtinho.
