Os metalúrgicos do grupo Schaeffler, fabricante de autopeças em Sorocaba, rejeitaram, no início da tarde de hoje, dia 28, uma proposta de acordo apresentada pela empresa e podem entrar em greve nas próximas horas. A proposta recusada em assembleia previa 10% de reajuste salarial e R$ 1.375 de abono por funcionário.
Após a assembleia, Sindicato e Schaeffler retomaram as negociações. “Os trabalhadores estão mobilizados e prontos para decretar greve, caso a empresa não melhore a proposta”, avisa Valdeci Henrique da Silva, secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos e funcionários do grupo Schaeffler.
As três fábricas do grupo em Sorocaba (Ina, Luk e Fag) empregam aproximadamente 4.500 metalúrgicos.
Acordos na Dana e na Prysmian
No final da tarde de hoje, 28, os trabalhadores da Dana, em greve desde a noite do dia 26, aprovaram uma proposta de acordo apresentada pela empresa e encerraram a paralisação. Para votar a proposta, os metalúrgicos que participaram do movimento exigiram que os funcionários que furaram a greve saíssem da fábrica para participar da votação.
“Não fossem os fura-greve, a paralisação poderia ter se encerrado no início da tarde. Agora, ao dividir os trabalhadores, forçando a entrada de alguns funcionários, a Dana criou um clima muito ruim na fábrica, que pode influenciar até a qualidade do produto”, afirma Adilson Faustino, secretário de organização do Sindicato.
Também os funcionários da Prysmian, após 40 horas de paralisação, aprovaram uma proposta de acordo na noite de ontem e já retornaram ao trabalho.
As greves metalúrgicas por reajustes salariais continuam na Honeywell e grupo ZF.
28 acordos
Incluindo a aprovação na Dana esta tarde, o Sindicato dos Metalúrgicos já firmou acordos salariais com 28 fábricas da região, sempre com aval dos trabalhadores. Os acordos garantem reajustes superiores a 10% e, em alguns casos, incluem abonos.
Essas 28 fábricas empregam mais de 13 mil metalúrgicos. A categoria metalúrgica na região é formada por 44 mil trabalhadores. A data-base da categoria venceu dia 1º de setembro.
O Sindicato não divulga os índices de reajustes previstos nos acordos para não influenciar negociações em andamento em dezenas de fábricas.