Os trabalhadores das fábricas do Grupo Schaeffler e Continental espalhadas pelo Brasil e Europa vão ampliar a comunicação entre si para formularem pautas conjuntas de reivindicações. A decisão foi tomada durante 2º encontro da rede de funcionários dos dois grupos empresariais, que também negociam a fusão entre si.
“A primeira tarefa é a formalização da rede nacional dos metalúrgicos da Schaeffler/Conti, depois é aprofundar os debates que serão feitos em nível nacional e internacional”, explica Ademilson Terto da Silva, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos e funcionário do grupo Schaeffler em Sorocaba.
Terto acrescenta que o encontro aponta para a necessidade da elaboração de acordos macros que estabeleçam critérios básicos no Brasil “e fora dele, como jornada de trabalho e piso salarial. São negociações que devemos fazer tanto no Brasil como fora dele e, tanto nas fábricas do Grupo Schaeffler como nas plantas do grupo Continental”.
Importância
Para Manuel Campos, representante da Fitim (Federação Internacional de Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas), os encontros de redes de trabalhadores têm várias importâncias. A primeira, diz ele, é colocar os trabalhadores em contato uns com os outros para que cada um perceba as diferentes realidades em cada planta, como sistema de trabalho, remuneração, horário, etc.
Depois dessa análise macro, continua Manuel, os trabalhadores acumulam conhecimento para poder verificar suas situações e tomar as melhores decisões comuns e em conjunto. “Antes [da rede] eles [trabalhadores] estavam isolados, separados, até competindo uns com os outros, depois disso é dizer: vamos marchar juntos”, diz Manuel.
O representante da Fitim acrescenta que a rede é, sobre tudo, uma rede de comunicação, de fortalecimento mútuo para se descobrir os interesses em comum para, a partir daí, haver uma luta por objetivos comuns que resultem em melhoras para todos.
“A rede não concorre com os sindicatos, ao contrário, a rede vai dar autonomia e maturidade aos trabalhadores para que eles fortaleçam ainda mais as suas instituições que são os sindicatos”, conclui o sindicalista.
Participaram do encontro, organizado pela CNM/CUT (Confederação Nacional dos Metalúrgicos), CNTM (Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos) e FES (Fundação Friedrich Ebert Stiftung) com apoio do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região, aproximadamente 30 sindicalistas representando metalúrgicos do grupo Schaeffler/Conti de oito cidades brasileiras de quatro estados.
Um representante dos trabalhadores metalúrgicos da Alemanha também participou do encontro, que aconteceu entre quarta e quinta-feira, dias 23 e 24, no Gran Hotel Royal em Sorocaba.
O próximo encontro, marcado para o mês de agosto do ano que vem, também será em Sorocaba.