Trabalhadores da Jaraguá escolheram seus representantes na Comissão Interna de Prevenção a Acidentes (CIPA) nesta semana. Os dirigentes do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal) estiveram na porta da fábrica na sexta, dia 12, para alertar sobre os riscos de votar em candidatos que estejam comprometidos com a saúde e segurança.
“É fundamental que os integrantes da CIPA se preocupem com o colega do lado. Todos precisam voltar para a casa com integridade física”, ressaltou o diretor do SMetal, Antonio Welber Filho (Bizu). Pela minirreforma proposta pelo governo federal, a CIPA – tão importante para assegurar a saúde do trabalhador – pode deixar de ser obrigatória. “Esse é mais um ataque aos direitos que precisa ser evitado pela mobilização e conscientização da classe trabalhadora”, destaca Bizu.
O papel da CIPA
A CIPA foi criada em 1944 no Brasil para evitar o alto número de acidentes de trabalho que ocorriam na época. Assim, os próprios trabalhadores fiscalizam o ambiente de trabalho e sugerem modificações para assegurar a integridade física.
Mas mesmo com o estabelecimento da CIPA os acidentes, de leves a graves, continuam a ocorrer e a prejudicar os trabalhadores. De acordo com pesquisas recentes, o Brasil é o país com mais acidentes de trabalho no mundo.
Segundo levantamento da Organização Internacional do Trabalho (OIT), a cada 48 segundos acontece um acidente de trabalho no Brasil e cerca de 4 mil mortes por ano em decorrência desse tipo de acidente.
“É inacreditável o governo federal ter acesso a esses dados e mesmo assim querer extinguir as normas regulamentadoras (NR´s) e a CIPA, com medidas provisórias. É preciso muita união entre os trabalhadores para mobilizar contra esses ataques”, declara o secretário de administração e finanças do SMetal, Tiago Almeida do Nascimento, responsável pela pasta de Saúde do sindicato.