Após cinco dias de greve, os trabalhadores da Flextronics conquistaram, na última terça, dia 15, um Programa de Participação nos Resultados (PPR) com patamar melhor do que a empresa vinha pagando em anos anteriores. O benefício será de R$ 2.100, com primeira parcela de R$ 1.700, pagos no final deste mês. Os R$ 400 da segunda parcela, condicionados a metas, serão pagos em abril de 2014.
No ano passado, o PPR foi de R$ 1.800, sendo R$ 1.250 de primeira parcela. O agravante, em anteriores, eram as metas praticamente inatingíveis. Em 2012, por exemplo, cada trabalhador recebeu cerca de R$ 14 na segunda parcela.
Para o Sindicato dos Metalúrgicos, o principal avanço do acordo foi a redução das metas. “Nos anos anteriores, além de exigir cinco metas dos trabalhadores, o pagamento do PPR dependia até do lucro operacional da empresa. Ainda que os trabalhadores atingissem as metas, a empresa alegava que o lucro tinha ficado abaixo do esperado”, explica o diretor do Sindicato, Alex Sandro Fogaça.
Pela proposta aprovada nesta terça, a segunda parcela do PPR dependerá de três itens: perda de material, produtividade e absenteísmo.
Outro avanço foi em relação ao vale-compra, que antes podia ser cortado do funcionário caso ele faltasse ao trabalho. Com o novo acordo, o vale-compra não está mais condicionado à assiduidade.
Pautas futuras
Alex reconhece que o PPR na Flex ainda não é o ideal. “Mas avançamos este ano e demonstramos organização ao deflagrar a greve e mantê-la cinco dias. A empresa também sabe que o acordo foi aprovado por pouco mais da metade dos funcionários. A insatisfação interna continua. Se a Flex ignorar as futuras reivindicações dos trabalhadores, podemos iniciar uma nova paralisação”, afirma o dirigente.
A Flextronics tem cerca de 4.500 funcionários e fabrica produtos eletrônicos para marcas importantes como Cielo, HP, IBM, Positivo,Lexmark, Acer, entre outras.
As assembleias que aprovaram o acordo e encerram a greve aconteceram na entrada dos turnos desta terça, dia 15.