Os metalúrgicos da Toyota aprovaram em assembleia realizada nesta quinta-feira, 17, uma proposta de banco de dias emergencial. O Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal) negociou medidas para que, em caso de paralização por falta de peças e componentes, o trabalhador e a trabalhadora preserve seu emprego e renda.
Participaram da votação os horistas operadores, líderes e encarregados da fábrica. A proposta prevê que o trabalhador fique em casa sem desconto salarial quando a falta de matéria prima impactar a produção. Na hora de “pagar” essas horas no futuro, receberá um bônus financeiro no valor de R$300,00, válido para até 3 dias compensados (quando chegar a um quarto dia, será pago um novo bônus).
Datas
Os dias que serão compensados são: 22 de janeiro que será compensado no dia 30 de abril (acordo de 2021) – ainda referente a este ano, existe um dia de saldo que foi desconsiderado na nova negociação. A parada do dia 10 fevereiro será compensada no dia 28 de maio e o dia 11 de fevereiro em 25 de junho.
Silvio Ferreira, secretário-geral do SMetal, reforça que a diretoria da entidade está preparada para enfrentar situações desafiadoras. “Um dos compromissos da Chapa 1 é estar pronta pra gerir momentos de crise. Com isso, estamos garantindo as condições que a empresa precisa para atingir suas metas produtivas e preservando o funcionário, mantendo postos de trabalho e salário; além do bônus financeiro”, comenta.
Histórico
Em 2021, outro acordo do gênero foi negociado pelo Sindicato. À época, a planta de Sorocaba, onde são produzidos os modelos para exportação do Yaris (hatch e sedã), Corolla Cross e Etios, precisou paralisar a produção e os metalúrgicos aprovaram a proposta do SMetal, saindo sem prejuízos financeiros.
SMetal se antecipa
O SMetal reportou, ainda este ano, que a chamada quarta onda da Covid-19 pode provocar a falta de insumos necessários para a produção na indústria. Os dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostram que, pelo sexto semestre consecutivo, a falta ou alto custo das matérias-primas continuam sendo a principal preocupação das empresas.
Segundo o levantamento, 60,6% dos industriais apontam essa situação como a mais preocupante para este ano. “Nos preparamos para enfrentar a paralisação na produção por meio de tudo que estudamos e tentamos prever na nossa gestão. Mais uma vez, iremos estar ao lado do companheiro e da companheira, negociando para que nenhum direito seja suprimido”, comenta o presidente do SMetal, Leandro Soares.
Silvio Ferreira recorda que, recentemente, a montadora japonesa anunciou que projeta crescimento de 20% para o ano de 2022, mas a instabilidade quanto a matéria-prima preocupa. “Temos a preocupação com a falta de insumos, por isso, é importante que o trabalhador e a trabalhadora receba o seu bônus já que a ferramenta é de uso da empresa. Como irá trabalhar em uma data de forma compulsória, nada mais justo do que ser compensado por isso”, finaliza o secretário-geral.