Gasolina já chega a R$ 6,99 em Sorocaba
A quinta-feira, 10, começou com uma péssima notícia para os brasileiros: os preços nas refinarias da gasolina, diesel e do GLP (gás de cozinha) foram reajustados pela Petrobras, no que vem sendo considerado um dos maiores aumentos da história da estatal. A medida vale a partir desta sexta-feira, 11.
O preço médio da gasolina aumentou em 18,77%, passando de R$ 2,25 para R$ 3,86 o litro. O diesel, por sua vez, teve alta de 24,9%, subindo de R$ 3,61 para R$ 4,51. Por fim, no caso do gás de cozinha, o reajuste foi de 16,1%, sendo que o preço médio de venda para as distribuidoras foi de R$ 3,86 para R$ 4,48 por quilo. Com isso, cada botijão de gás de 13 quilos passa a valer R$ 58,21.
Em nota, a Petrobras justificou a medida dizendo que, “esses valores refletem parte da elevação dos patamares internacionais de preços de petróleo, impactados pela oferta limitada frente a demanda mundial por energia. Mantemos nosso monitoramento contínuo do mercado nesse momento desafiador e de alta volatilidade”.
Gasolina deve passar de R$ 7
Segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), em Sorocaba, o gás de cozinha custa, em média, R$ 103,68, mas pode ser encontrado por até R$ 115. A gasolina é vendida por R$ 6,30 e, alguns pontos da cidade chega a valer R$ 6,99 o litro. O diesel, por sua vez, tem o preço máximo para o consumidor de R$ 6,89 e, na média, chega a R$ 5,57.
Com o reajuste realizado pela Petrobras, a gasolina e o diesel devem passar dos R$ 7, o litro, e o gás de cozinha chega a R$ 120, podendo até atingir R$ 140 por botijão de 13 quilos.
Segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal), Leandro Soares, a decisão da estatal pode trazer reflexos para toda a economia. “Se o reajuste da Petrobras for repassado integralmente, teremos um efeito cascata que não vai impactar apenas a gasolina, o diesel e o gás que aumentarão, mas nos preços em geral”.
Leandro completa que, “se o diesel subir, sobe também o custo do transporte. Além disso, esse produto é essencial para diversos processos produtivos nas empresas. O resultado é que o preço de tudo aumenta e quem paga essa conta é o trabalhador e a trabalhadora”.
Leandro lembra ainda que a política de preços praticada pela Petrobras só tem a finalidade de enriquecer os acionistas da empresa. “No mês passado, quem tem ações da estatal recebeu um adicional de mais de R$ 37 bilhões e, com isso, passou de R$ 100 bilhões o valor do lucro que tiveram com a empresa. Enquanto isso, o custo de vida pesa no bolso do pai e da mãe de família, que pena para colocar um prato de comida na mesa”.
Inflação também vai aumentar
O economista da subseção do Dieese do SMetal, Fernando Lima, lembra também que o impacto do reajuste da estatal vai impactar na inflação. “Nesta sexta-feira, teremos a divulgação dos índices inflacionários oficiais referentes ao mês de fevereiro e, portanto, não entram no aumento da Petrobras. Mas em abril esse impacto vai aparecer e será forte”.
Nos últimos 12 meses, a inflação está acumulada em 10,60% e, levando em consideração a última data-base dos metalúrgicos, em setembro, o índice que serve de parâmetro para a Campanha Salarial 2022 já atinge 4,68%.
“A pandemia da Covid-19 e a guerra entre Rússia e Ucrânia não podem ser usadas como justificativa para o descontrole da inflação e para o aumento da gasolina e do gás. A culpa desse cenário alarmante é do governo Bolsonaro, que não busca nenhuma medida para diminuir o impacto da crise para o povo brasileiro. O Sindicato está pronto para lutar por uma campanha salarial que garanta um reajuste digno para não deixar o trabalhador metalúrgico pagar por essa conta”, enfatiza Leandro.
