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Ajuste Fiscal

Terto explica porque o SMetal é contra novas medidas do governo

Após participar de ato realizado nesta terça, 15, em São Paulo, o presidente do SMetal, Ademilson Terto da Silva, se manifestou sobre as novas medidas de ajuste fiscal anunciadas pelo governo federal

Imprensa SMetal
Foguinho / Imprensa SMetal

Em nota, Terto afirma que o Sindicato sempre se manifestará contra medidas que trazem prejuízos ao trabalhador, como a volta da CPMF

Após participar de ato realizado nesta terça-feira, dia 15, na avenida Paulista, em São Paulo, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região, Ademilson Terto da Silva, se manifestou sobre as medidas de ajuste dos gastos públicos anunciadas na última segunda-feira, dia 14, pelo governo federal.

“O motivo principal do ato foi protestar contra a demora dos empresários em negociar a campanha salarial dos trabalhadores, mas não deixamos de nos manifestar publicamente contrários às medidas que trazem prejuízos ao trabalhador, como a volta da CPMF’, afirma.

Para Terto, que também Secretário Estadual de Relações do Trabalho da Central Única dos Trabalhadores (CUT/SP), o momento econômico e social atual é difícil, não só no Brasil, mas no mundo. “Não é por isso que vamos concordar com ajustes que sempre tem penalizado mais o trabalhador do que outros setores da sociedade”, critica o presidente.

Segundo ele, o governo federal deveria há tempos estar taxando as grandes riquezas; os produtos de luxo, como iates, helicópteros particulares e jetski; os latifúndios e os banqueiros.

“Proporcionalmente, o trabalhador está pagando mais para sair deste momento difícil do que outros setores. E com isso não vamos concordar nunca”, garante Terto.

Diálogo
Ainda nesta semana, a CUT irá encaminhar um ofício ao governo federal para apresentar a pauta dos trabalhadores e pedir um diálogo aberto tanto com o governo quanto com os empresários.

“Defendemos mudanças no eixo econômico, nos rumos da economia, que hoje segue a receita neoliberal, da direita. Enquanto isso não mudar, vamos continuar saindo às ruas para defender os trabalhadores, os direitos sociais e a democracia”, assegura o presidente do SMetal

Economia
O economista Fernando Lima, da subseção Dieese Metalúrgicos de Sorocaba, também comentou nesta terça-feira, dia 15, as medidas anunciadas pelo governo federal. “Fica difícil mensurar o impacto da CPMF no presente momento, pois não se sabe qual será a alíquota a ser cobrada. De qualquer forma, dadas as necessidades fiscais demonstradas pelo governo federal, a medida servirá para aumentar a arrecadação e atender a meta de superávit fiscal de 0,7% em 2016”, disse.

“O Governo Federal parte do pressuposto que em primeiro lugar deve-se cumprir os compromissos fiscais e para tal apresenta proposta que ressuscita imposto criado no Governo Fernando Henrique Cardoso”, completou o economista.

Íntegra da nota
Confira abaixo a íntegra da nota do presidente do SMetal, AdemilsonTerto da Silva, sobre as novas medidas fiscais anunciadas pelo governo federal.

“Ontem mesmo participei de ato público da CUT, em São Paulo, em frente à Fiesp, onde um dos temas foi o pacote de medidas anunciado pelo governo. O motivo principal foi protestar contra a demora dos empresários em negociar a campanha salarial dos trabalhadores. Mas não deixamos de nos manifestar publicamente contrários às medidas que trazem prejuízos ao trabalhador, como a volta da CPMF.

Entendemos que o momento econômico e social é difícil, não só no Brasil, mas no mundo. Não é por isso que vamos concordar com ajustes que sempre tem penalizado mais o trabalhador do que outros setores da sociedade.

O governo federal já deveria há tempos estar taxando as grandes riquezas; os produtos de luxo, como iates, helicópteros particulares e jetski; os latifúndios e os banqueiros. Mesmo os empresários do setor produtivo, foram beneficiados durante anos com isenções e incentivos do governo. Não investiram na produção nem se prepararam para eventuais crises de mercado.

Eles não querem reduzir margens de lucros e demitem sem remorso, agravando a crise.
Proporcionalmente, o trabalhador está pagando mais para sair deste momento difícil do que outros setores. E com isso não vamos concordar nunca.

Agora, tanto o Sindicato dos Metalúrgicos quanto a CUT, consideram a democracia um valor universal que tem que ser defendido. No Brasil, a democracia foi ainda mais difícil de ser conquistada do que em muitos outros países. Ela tem que ser preservada. Por isso lutamos contra golpismos e reivindicações inconsequentes, que colocam em risco a estabilidade democrática. Essas ameaças à liberdade prejudicam inclusive a economia. Quem iria apostar em um país que não respeita o resultado eleitoral e defende o golpismo?

A saída para essa situação é um ajuste fiscal mais justo, onde o trabalhador pague menos. Mas para isso tem que haver diálogo.

A CUT está preparando um documento que será enviado ao governo. Nele, a central apresenta a pauta dos trabalhadores e pede um diálogo aberto tanto com o governo quanto com os empresários. Defendemos mudanças no eixo econômico, nos rumos da economia, que hoje segue a receita neoliberal, da direita.

Enquanto isso não mudar, vamos continuar saindo às ruas para defender os trabalhadores, os direitos sociais e a democracia.”

Ademilson Terto da Silva – Presidente do SMetal

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