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Terceirizados da Gerdau de Araça denunciam condições precárias

As denúncias feitas pelos trabalhadores são de excesso de jornada de trabalho com intervalo para apenas uma refeição em todo esse período e até mesmo no alojamento, havia controle

Imprensa SMetal

Cerca de 40 trabalhadores terceirizados que prestavam serviços para a Gerdau de Araçariguama solicitaram a ajuda do Sindicato dos Metalúrgicos (SMetal) na manhã de sexta-feira, dia 25, para resolver problemas referentes às condições de trabalho e remuneração paga pelo serviço. Os operários vieram de Belo Horizonte (MG) e Volta Redonda (RJ) para fazer manutenção em um forno da siderúrgica.

Eles denunciaram ao Sindicato excesso de jornada (12 horas por dia), com intervalo para apenas uma refeição em todo esse período. Eles afirmaram também que a alimentação é controlada até no alojamento onde estão hospedados, em Araça. Além disso, caso algum trabalhador fique doente, a empresa oferece transporte apenas para levá-lo até um hospital. O retorno ao alojamento fica por conta do paciente.

Quanto à remuneração, eles afirmaram que a contratante (terceirizada) ofereceu um adicional de trajeto e prêmio aos trabalhadores, mas agora pretendia pagar apenas R$ 1.480 para os profissionais e R$ 1.087 para os ajudantes, todos vindos de outros estados.

O forno estava parado havia aproximadamente 15 dias e a Gerdau contratou a Reframax, de Minas Gerais, para fazer o conserto. A Reflamax, no entanto, teria quarteirizado parte do serviço para a empresa Kirme, de Volta Redonda.

Negociações

Na sexta-feira, quando acionaram o Sindicato, os trabalhadores tinham praticamente terminado o serviço de manutenção e pretendiam voltar para seus estados de origem nos dias seguintes. Antes, porém, queriam receber, pelo menos, uma remuneração melhor.

Nas negociações, os trabalhadores conquistaram a melhoria da remuneração, que passou para R$ 2 mil aos profissionais e R$ 1,3 mil para os ajudantes. O Sindicato também exigiu melhorias nas condições de trabalho em futuros serviços de manutenção.

“Esse episódio ilustra bem o quanto a terceirização precariza o trabalho e a vida dos operários. Nesse caso, era até pior. Além da Gerdau terceirizar o serviço; a contratada quarteirizou parte da empreitada”, afirma Gilberto Almeida, diretor do SMetal e funcionário da Gerdau em Araça.

A Gerdau de Araça conta com cerca de 400 trabalhadores e produz aço para construção civil.

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