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Compra de votos

Temer abre o cofre a parlamentares para aprovar reforma da previdência

A farra estimada pelo governo até o fim do ano deve render R$ 1,9 bilhão —média de quase R$ 6 milhões para cada parlamentar.

Revista Fórum
Agência Brasil
A estratégia do Palácio do Planalto é dar conforto aos integrantes mais fiéis da base aliada, que poderão levar o dinheiro para os projetos em seus municípios.

A estratégia do Palácio do Planalto é dar conforto aos integrantes mais fiéis da base aliada, que poderão levar o dinheiro para os projetos em seus municípios.

A gastança vai beneficiar 330 parlamentares na distribuição dos recursos, usados para bancar obras e projetos nas bases eleitorais dos congressistas.

A farra estimada pelo governo até o fim do ano deve render R$ 1,9 bilhão —média de quase R$ 6 milhões para cada um.

A ideia é pagar parte agora para reduzir a resistência dos deputados na votação. As liberações devem ser feitas nas próximas três semanas.

Parlamentares de oposição e aqueles que traíram o governo em votações recentes ficarão fora da distribuição, e suas emendas devem ficar represadas até o fim do ano.

A estratégia do Palácio do Planalto é dar conforto aos integrantes mais fiéis da base aliada, que poderão levar o dinheiro para os projetos em seus municípios e, assim, compensar a carga negativa que terão em suas bases eleitorais ao votar pela reforma.

Temer tem enfrentado dificuldades para conquistar os 308 votos necessários para aprovar a proposta, que modifica vários artigos da Constituição e por isso precisa de 60% dos votos para ser aprovada. Temer distribuiu cargos e demitiu funcionários indicados por integrantes da base que votaram contra propostas de interesse do governo.

Ao acelerar nomeações atrasadas e a liberação de verbas represadas, o governo quer limpar as gavetas e se vacinar contra possíveis reclamações de parlamentares.

Temer pediu que os ministros Ricardo Barros (Saúde), Helder Barbalho (Integração) e Bruno Araújo (Cidades) façam um levantamento das emendas a serem pagas. Os três ministérios estão entre as pastas que mais recebem demandas de parlamentares.

Desde 2015, o governo é obrigado a pagar emendas apresentadas por parlamentares até o fim de cada ano. Mas o ritmo de liberação varia, e há casos em que a verba fica retida até a última hora.

Para este ano, cada deputado teve a possibilidade de apresentar cerca de R$ 15 milhões em emendas. O valor total com pagamento obrigatório é de R$ 8,7 bilhões. Um quarto desse dinheiro foi bloqueado quando o governo congelou parte dos recursos.

Nesta terça (9), a comissão que discute a reforma deve concluir a votação do texto, que deve ir ao plenário no final de maio ou em junho.

A partir de quinta (11), o governo divulgará novas peças publicitárias em rádios de todo o país, como parte de uma ofensiva para tentar reduzir a rejeição às mudanças.

O presidente também vai intensificar a agenda de entrevistas a programas de televisão e rádios regionais.

Serão distribuídos ainda por celular vídeos voltados para os deputados.

*Com informações da Folha

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