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Economia e emprego

Taxa de desemprego é a mais alta desde 2012

Dados divulgados pelo IBGE desmentem o Ministro da Fazenda do governo golpista de Temer, Henrique Meirelles, que propagandeou que a Reforma Trabalhista traria emprego. Em Sorocaba, mês de março teve um saldo positivo em contratações devido aos investimentos da montadora Toyota

Imprensa SMetal
Divulgação
A taxa de desocupação no país, que chegou a 13,1% no trimestre encerrado em março, representa 13,7 milhões de desempregados

A taxa de desocupação no país, que chegou a 13,1% no trimestre encerrado em março, representa 13,7 milhões de desempregados

A taxa de desocupação no Brasil chega a 13,1%, resultado do primeiro trimestre, e demonstra que não é efeito apenas um resultado sazonal.

Sem um a colaboração do governo para um crescimento robusto da economia, o trabalhador desempregado terá, neste ano, grande dificuldade na busca por oportunidade.

Essa é a análise do economista da subseção do Dieese do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal), Fernando Lima.

A taxa foi divulgada nesta sexta-feira, dia 27, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa de desocupação no país, que chegou a 13,1% no trimestre encerrado em março, representa 13,7 milhões de desempregados.

De acordo com Lima, os analistas de mercado tinham a expectativa de que o primeiro trimestre do ano a taxa de desemprego chegasse a 12,9%. Ou seja, a realidade resultou em uma piora do quadro esperado.

Isso porque as analistas econômicos já consideram um desempenho baixo para o primeiro trimestre por conta da sazonalidade. As contratações feitas para o fim de ano e que são desfeitas no começo do ano seguinte.

Houve um aumento de 1,3% de desemprego – considerando o mercado formal e informal – em relação ao trimestre de outubro a dezembro de 2017.

“Esses dados, além de outros fatores como as eleições e o evento festivo que é a Copa do Mundo, com menos dias produtivos, além da clara decisão política do governo Temer de não interferir no mercado, nos diz que a geração de emprego será muito lenta. Ou seja, o trabalhador desempregado terá uma dificuldade muito grande para na busca de uma oportunidade”, destaca Lima.

Ele alerta que o país teve fechamento de postos de trabalho por falta de dinamismo na economia, por falta de atividade econômica. E lembra que essa é a taxa mais alta desde 2012. “A taxa mais baixa do primeiro trimestre do ano foi em 2014, com 7% de desocupação”, pontua.

Foguinho/Imprensa SMetal
Os principais destaques positivos foram os postos criados na montadora Toyota (+167) e estamparia (+49)

Os principais destaques positivos foram os postos criados na montadora Toyota (+167) e estamparia (+49)

Ainda de acordo com a análise do economista do Dieese/SMetal, o Brasil pode apresentar um crescimento econômico neste ano, “se não tiver quebra de safra ou instabilidade cambial, mas não será suficiente para tirar uma massa tão grande de desempregados”.

Diante esse quadro, o presidente do SMetal, Leandro Soares, destaca a urgente necessidade de se agir efetivamente para contornar essa situação. “É um governo que deixa de agir efetivamente para baixar esse índice de desemprego, o que acarreta no prejuízo do consumo interno. Por isso, vemos todos os dias notícias sobre o aumento da extrema pobreza, mas para reverter essa situação, precisamos defender nossa democracia e eleições diretas”.

Efeito Toyota dá saldo positivo em Sorocaba

Sorocaba está inserida nesse cenário divulgado pelo IBGE, mas no mês de março teve um saldo positivo em contratações devido aos investimentos da montadora Toyota, que teve atuação direta do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal), quanto à criação do terceiro turno e de novos postos de trabalho.

Conforme dados do Cadastro Caged (que considera os trabalhadores com carteira assinada), março indicou a abertura de 187 postos de trabalho na base do sindicato.

Ao todo, foram 949 trabalhadores admitidos enquanto 762 foram desligados. Os principais destaques positivos foram os postos criados na montadora Toyota (+167) e estamparia (+49). Enquanto os destaques negativos foram o setor de máquinas com -101 postos de trabalho.

No primeiro trimestre foram abertos 517 novos postos de trabalho, sendo que 255 vagas foram da Toyota, sem contar as das fábricas sistemistas, envolvidas na linha de produção da montadora.

Por conta disso, o setor automotivo e de autopeças vem mantendo neste primeiro trimestre um saldo positivo.

Em contraponto, os setores de forjaria e de máquinas e equipamentos estão em queda. “O setor automotivo brasileiro apresenta sinais robustos motivados também pelas exportações, mas temos elos da própria cadeia produtiva, que apresenta problemas como a forjaria”, explica Fernando Lima.

Esse setor, na análise do economista, não teve força suficiente para competir com as importações. Já máquinas e equipamentos, Lima explica que esse setor sempre manteve relação direta com a economia brasileira e, por isso, ainda não apresenta sinais de retomada.

Os dirigentes do SMetal estão inseridos em esferas estaduais e nacionais para discutir políticas públicas para retomada do crescimento na região de Sorocaba. “Inclusive, emprego e indústria fazem parte do nosso planejamento da diretoria atual e temos reuniões temáticas para aprofundar a busca por soluções e pressionar as esferas de poder”, ressalta o secretário-geral do SMetal, Silvio Ferreira.

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