São Paulo – Nesta quinta-feira (30), a Suécia se tornou o primeiro país da Europa ocidental a reconhecer a Palestina como Estado. O país considera que os critérios para o reconhecimento são cumpridos. “Há território, população e governo”, destacou a ministra do Exterior, Margot Wallstrom, no jornal Dagens Nyheter.
“Com o nosso reconhecimento, queremos, sobretudo, dar nosso apoio às forças moderadas palestinas”, ressaltou a ministra. O governo sueco havia anunciado que tomaria a decisão no dia 3 de outubro e recebeu críticas dos Estados Unidos e de Israel.
O ministro do Exterior de Israel, Avigdor Lieberman, considerou a decisão “deplorável” e afirma que fortalece “elementos extremistas”. Já Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Nacional Palestina, disse ser uma decisão “corajosa e histórica” e incentivou outros países a seguirem o exemplo como “única maneira de assegurar paz na região.”
Outros sete países da União Europeia também reconhecem o Estado da Palestina: Bulgária, Chipre, República Tcheca, Hungria, Malta, Polônia e Romênia.
Yasser Abed Rabbo, assessor do presidente palestino, Mahmoud Abbas, disse que “se o mundo não der passos valentes e reconhecer a Palestina, a coalizão de extrema direita em Israel continuará a política de solapar a possibilidade de um Estado palestino mediante diferentes pretextos e desculpas.”
Erekat, membro do Comitê Central da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), comemorou o que considera “um passo concreto” no espinhoso caminho rumo à solução dos dois Estados.
Virada
O reconhecimento da Palestina tem relação direta com a eleição do metalúrgico Stefan Löfven como primeiro-ministro da Suécia, em setembro último. O ex-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos Suecos (IF Metall), candidato pelo partido Social-Democrata, obteve 32% dos votos, o que representou o fim de oito anos de governo de Fredrik Reinfeldt, de extrema-direita.
Durante a campanha, Löfven foi reconhecido como o “representante das pessoas comuns e dos trabalhadores”, e se comprometeu a fazer mais pelas classes menos favorecidas e investir em melhorias de infraestrutura e educação.
Com informações de EFE e Deutsche Welle