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Subsede Sorocaba da CUT-SP lança Coletivo de Meio Ambiente

A CUT, a partir da bandeira da Transição Ecológica Justa para os trabalhadores e trabalhadoras, atua para que as mudanças necessárias nas cadeias produtivas

Secretaria do Meio Ambiente CUT-SP
Divulgação

Um relatório da Oxfam concluiu que, em 2019, o 1% dos super-ricos foi responsável pela mesma quantidade de emissões de Gazes de Efeito Estufa quanto os dois terços mais pobres da humanidade (cerca de 5 bilhões de pessoas).

De olho na necessidade dos trabalhadores e trabalhadoras em articular agendas comuns de resistência à destruição planetária, a Subsede Sorocaba da CUT-SP lançou nesta quarta-feira, dia 26 de junho, o Coletivo de Meio Ambiente de Sorocaba.

Segundo a secretária de Meio Ambiente da CUT-SP, Solange Cristina Ribeiro, “o debate ambiental é essencial para as entidades cutistas, pois os/as trabalhadores/as e as populações vulnerabilizadas são sempre os primeiros a sofrerem os efeitos negativos das crises socioambientais, como vemos nas ameaças de demissões em massa de trabalhadores(as) no Rio Grande do Sul.”

A CUT, a partir da bandeira da Transição Ecológica Justa para os trabalhadores e trabalhadoras, atua para que as mudanças necessárias nas cadeias produtivas, colocadas pelos processos de transição energética e ecológica, devam ser realizadas com a participação ativa dos trabalhadores e de seus sindicatos.

“Isso é necessário para que a busca por um novo modelo de desenvolvimento de baixo impacto ambiental tenha garantias de proteção de empregos, trabalho decente, distribuição de riqueza, democracia participativa, equidade de gênero, proteção e inclusão social de todos e todas”, complementa Solange.

De acordo com o coordenador da Subsede Sorocaba da CUT-SP, Antonio Sergio Silvana de Moraes, “cada ramo, subsede e sindicato deve se mobilizar, a partir de sua respectiva realidade concreta, para a criação de cláusulas ambientais em acordos coletivos e em protocolos de negociação. Esses debates devem envolver sindicatos, governos em suas diferentes esferas e o setor patronal. É importante envolver os governos nessas negociações, pois precisamos de políticas públicas que salvaguardem os trabalhadores, os pobres e os vulnerabilizados, já que o capital dificilmente irá promover soluções que nos contemplem.”

O Coletivo de Meio Ambiente da Subsede de Sorocaba irá se integrar ao Coletivo Estadual de Meio Ambiente da CUT-SP, indicando três representantes até o início de julho, bem como irá estabelecer um calendário de reuniões, com o apoio da Secretaria de Meio Ambiente da CUT-SP na construção de reuniões formativas e de cláusulas ambientais em acordos coletivos.

Cenário crítico

Atualmente, a humanidade gasta recursos naturais equivalentes à 1,71 planetas Terra, ou seja, gastamos 71% a mais de recursos que o planeta é capaz de repor e regenerar, segundo informações da Global Footprint Network.

Por um lado, extraímos recursos naturais em uma velocidade superior à capacidade dos ecossistemas em se regenerar e, ao mesmo tempo, superamos a capacidade dos ecossistemas em se recompor da poluição gerada pelas atividades humanas. As principais consequências desses desequilíbrios são expressas pelas Emergência Climáticas que modificam todas as dinâmicas ambientais do planeta.

No Brasil, tais consequências são reveladas pelo gravíssimo quadro de enchentes no Rio Grande do Sul, com milhões de atingidos, bem como com o não menos grave quadro de secas na Amazônia e no Pantanal (com queimadas recordes que já destruíram 627 mil hectares de vegetação nativa, de acordo com o LASA/UFRJ).

Um relatório da Oxfam concluiu que, em 2019, o 1% dos super-ricos foi responsável pela mesma quantidade de emissões de Gazes de Efeito Estufa quanto os dois terços mais pobres da humanidade (cerca de 5 bilhões de pessoas). Esse mesmo 1% mais rico detém 45,6% da riqueza global, enquanto a metade mais pobre do mundo tem apenas 0,75%.

“São esses bilionários e suas megacorporações os responsáveis pelas crises ambientais que vivemos e a solução não virá deles”, reforça Solange Ribeiro.

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