A FEM-CUT/SP e a bancada patronal do Grupo 2 (que reúne os setores de máquinas e eletrônicos) realizaram a segunda rodada de negociação da Campanha Salarial na segunda-feira, dia 19, na sede do Sindicato da Indústria de Aparelhos Elétricos Eletrônicos e Similares do Estado de São Paulo (Snaees), na FIESP.
Na rodada, o G2 apresentou alguns dados econômicos do setor, que destacaram o aumento do endividamento das famílias, das importações e a retração nas vendas. “A ideia não é causar pessimismo. Lembramos que o setor de máquinas é diferente do setor elétrico”, ponderou o assessor do Departamento de Economia do Snaees, Carlos Eduardo Cavalcanti.
Na opinião do economista da Subseção do Dieese da FEM-CUT/SP, André Cardoso, o cenário do G2 não é um comportamento, e ressaltou que o setor de bens de capital está em uma fase favorável. “A cotação do câmbio está em R$ 2,35 (agosto). Isso significa que o dólar esta valorizando. Este é um quadro bem melhor, porque reduz o custo da mão de obra e gera competitividade”, explicou.
Cardoso também ressaltou que o setor do G2 tem sido beneficiado com as medidas do Plano Brasil Maior, programa do governo federal, que tem concedido linhas de crédito pelo BNDES acessíveis às empresas. “A produção industrial de bens de capital registrou dado positivo neste primeiro semestre, apontando 3,7%, e as perspectivas do faturamento neste ano também são promissoras”, concluiu.
Próximas rodadas
A FEM-CUT/SP e o G2 continuam no dia 26 de agosto, às 14h30, na sede da entidade patronal, na FIESP, a rodada de negociação. Na ocasião, darão andamento às reivindicações das cláusulas sociais.
Nesta terça-feira, dia 20, a Federação continuará as negociações com as bancadas patronais dos Grupo 3 (autopeças, forjaria e parafusos), às 10h, na Subsede dos Metalúrgicos do ABC, em Diadema, e com o Grupo 8 (trefilação, laminação de metais ferrosos; refrigeração, equipamentos ferroviários, rodoviários entre outros), às 15h, no Sindicato Nacional da Indústria de Trefilação e Laminação de Metais Ferrosos (Sicetel), na FIESP.
Principais reivindicações
As principais reivindicações são a reposição integral da inflação, o aumento real no salário, a valorização nos pisos salariais, a redução da jornada de trabalho, sem redução de salário e a ampliação e unificação de direitos em Convenção Coletiva de Trabalho.
A Campanha Salarial da FEM tem pauta cheia, ou seja, serão negociados com os patrões a renovação, a melhoria e a ampliação das cláusulas econômicas (aumento salarial e pisos) e sociais.
A Federação inicia nesta sexta-feira, dia 16, a rodada de negociação com a bancada da Fundição, às 10h, na sede da FEM, em São Bernardo.